A Shigella Flexneri, bactéria que causa a disenteria, foi a primeira espécime adicionada à National Collection of Type Cultures (NCTC) da Grã-Bretanha, a mais antiga biblioteca de patógenos bacterianos humanos do mundo. O espaço é dedicado ao compartilhamento de cepas com outros cientistas e completou 100 anos em 2020, segundo o The New York Times.

Gerido pela Public Health England, a NCTC possui cerca de 6 mil cepas bacterianas representando mais de 900 espécies que podem infectar, adoecer, mutilar e matar os humanos. Das quase 800 coleções de culturas registradas em 78 países, é uma das poucas dedicadas a bactérias clinicamente relevantes, ou seja, as espécies que nos deixam doentes.

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A coleção fornece a muitos dos microbiologistas clínicos do mundo cepas autenticadas de origem conhecida. Esses cientistas estudam como as bactérias evoluem, testam protocolos de segurança para patógenos infecciosos, desenvolvem vacinas, medicamentos anticâncer e tratamentos para doenças metabólicas e estudam o problema cada vez maior da resistência antimicrobiana.

A NCTC detém muitas bactérias relevantes para avanços médicos. Alexander Fleming, que descobriu a penicilina, depositou 16 cepas na coleção entre 1928 e 1948.

Betty Hobbs, especialista em intoxicação alimentar que identificou o Clostridium perfringens como o culpado por muitas doenças transmitidas por alimentos, depositou mais de 20 cepas relacionadas na NCTC.

Jörg Overmann, diretor da Coleção Alemã de Microrganismos e Culturas de Células, uma das maiores e mais diversas do mundo, disse ao The New York Times que a NCTC é umas das mais importantes do mundo, na sua avaliação.