São Paulo, 13/9 – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fará alterações em sua política operacional para tornar viável o projeto da Ferrogrão. A declaração é do secretário de Coordenação de Projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Tarcísio Gomes de Freitas, que participa do segundo dia do 15º Fórum Latino-Americano Brasileiro de Liderança Estratégica em Infraestrutura.

Segundo o secretário, o funding do projeto da ferrovia está sendo estruturado de modo a chegar a 80% da alavancagem. Para isso, os prazos de amortização e carência serão maiores do que o banco está acostumado a trabalhar. “Se usássemos a política operacional do banco, ficaríamos estacionados na casa dos 50%, 60%”, afirmou.

Tarcísio Gomes de Freitas avalia que o projeto da ferrovia é “extremamente desafiador” do ponto de vista ambiental e de funding, e por isso demanda soluções criativas. Nesse sentido, ele destaca que o governo tem se debruçado sobre a matriz de risco da Ferrogrão. “Será completamente diferente da matriz de risco de outros projetos, a gente vai mergulhar muito mais na questão no compartilhamento de risco”.

Outras inovações também serão colocadas pelo governo, disse o secretário, como situações de extinção do contrato sem penalidade, e sem caducidade no caso de não atingimento do funding ou de não licenciamento.

O secretário reforçou que o empreendimento da Ferrogrão teve a aprovação do ministro do Meio Ambiente para ser qualificado no PPI, de modo que o balanço ambiental para o projeto é “claramente positivo”. “A outra opção é a BR-163. Estaremos substituindo o transporte rodoviário pelo ferroviário, o que tem benefícios ambientais do ponto de vista de emissões e eficiência energética”.

O Ferrogrão contará com uma extensão de mais de mil quilômetros, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Estado do Pará, desembocando no Porto de Miritituba.