O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta quinta-feira, 12, que a queda nos desembolsos para empréstimos já aprovados, vista no segundo trimestre, deve ser encarada com naturalidade, pois faz parte de um movimento de transição na forma de atuação da instituição de fomento.

Mais cedo, ao divulgar suas demonstrações financeiras, o BNDES informou que os desembolsos para empréstimos já aprovados somaram R$ 12,6 bilhões no segundo trimestre, queda de 29% ante igual período de 2020, quando a instituição de fomento acelerou a liberação de recursos em meio à adoção de medidas para mitigar a crise causada pela covid-19.

Para Montezano, a queda nos desembolsos é natural porque o banco enfrenta o “desafio estratégico” de passar de uma situação em que era “monopolista como distribuidor de subsídios” para “alguém que opera a mercado”. “É uma transição que estamos fazendo. À medida que se adapta a condições de mercado, de garantias e risco, o banco se torna mais competitivo”, afirmou o executivo, ponderando ainda que a liberação dos valores tem uma “sazonalidade”, que tende a concentrar desembolsos no fim de cada ano.

Apesar da queda nos desembolsos, Montezano afirmou que não está em estudo, no BNDES, a reedição de medidas “anticíclicas”, para mitigar a crise causada pela Covid-19, como fez em 2020. Ainda assim, segundo o executivo, o banco “monitora e acompanha” a economia e está preparado para adotar novas medidas, caso necessário.

Questionado se o BNDES poderia lançar medidas de apoio a setores específicos, Montezano afirmou apenas que o desempenho dos diferentes setores da econômica tem sido variável. O agronegócio e mineração estão “exportando como nunca” e a fabricação de produtos industrializados, como máquinas e equipamentos, vai bem, enquanto pequenas empresas prestadoras de serviços ainda enfrentam dificuldades, disse o executivo.