A taxa que mede o desempenho do comércio varejista brasileiro cresceu 2,6% em fevereiro, após queda de 2,5% em janeiro deste ano, com ajuste sazonal, informa a Boa Vista. Contudo, na comparação com o segundo mês de 2020, houve declínio de 2,00%. Além disso, o Indicador Movimento do Comércio acumula queda de 5,4% em 12 meses finalizados em fevereiro.

A tendência, diz a entidade, é de atividade reprimida, devido às novas restrições sociais impostas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus. “O mês de março deve vir fraco, acentuando um pouco mais a queda em 12 meses acumulados”, estima.

A despeito do crescimento mensal, o comércio ainda sofre os efeitos da pandemia de covid-19 e o cenário atual continua sendo de fragilidade da atividade econômica, cita, em nota, a Boa Vista. Mesmo reconhecendo um aumento na participação das vendas online sobre o varejo total ao longo dos últimos meses, esse valor representa ainda, aproximadamente, 10% de todo o volume, observa. Deste modo, explica, o crescimento “não foi capaz de evitar a fragilização do comércio provocada pela crise do novo coronavírus, embora tenha contribuído para amenizar a queda na análise de longo prazo.”

Para a Boa Vista, o recuo do indicador em fevereiro ante igual mês de 2020 não surpreende, dado que os fatores condicionantes entre os períodos são muito distintos. Lembra que esses meses citados acima não contaram com o suporte do governo, ainda que neste ano algum resquício do pagamento do auxílio emergencial feito em dezembro possa ter contribuído um pouco. No entanto, exemplifica, em fevereiro de 2020 a taxa de desemprego era de 11,6%, ao passo que neste ano deve ficar acima de 14% no referido mês. “No mais, o consumidor está menos confiante e o crédito, mais escasso”, avalia.