São Paulo, 17/07 – A expectativa de crescimento de 12% no volume de animais a serem terminados no cocho este ano pode não acontecer, segundo a Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon). A entidade trabalhava em maio com essa projeção, mas o aumento de custos pode reverter a tendência. “Embora, em números absolutos, seja possível ter expectativa de crescimento, ele não é consistente, pois parte dos animais não está garantida e o custo da engorda no confinamento está em nível de paridade com os preços pagos pelo boi gordo, não havendo, assim, atratividade no momento para investir no confinamento”, avalia em nota o presidente do Conselho de Administração da Assocon, Alberto Pessina.

No levantamento de maio a projeção era de que 3,7 milhões bovinos seriam confinadas neste ano, ante 3,3 milhões de cabeças do ano passado. Entretanto, 19% do total estimado não estão garantidos, pois alguns confinamentos ainda dependem de parcerias para engorda de parte dos animais (boitel, por exemplo). “Como as expectativas de rentabilidade pioraram de maio para julho, ainda é possível que o confinamento não aumente em relação a 2017. A segunda quinzena de julho e agosto são importantes para essa definição”, enfatiza a associação.

Considerando os confinamentos localizados em São Paulo, que ofertarão animais para abate em outubro de 2018, o alvo inicial de precificação para o boi gordo era de R$ 165,00/arroba. Atualmente, os valores estão ao redor de R$ 147,30/arroba (contrato com vencimento em outubro de 2018 negociado na B3). Somadas premiações, como rastreabilidade, Cota Hilton e acabamento, pode-se somar de R$ 3,00 a R$ 5,00 por animal – ainda insuficiente para garantir rentabilidade ao sistema, segundo a Assocon.