As bolsas da Europa encerraram a sessão desta quarta-feira, 27, em forte queda. Para além do incômodo com o avanço da covid-19 – na terça, o mundo bateu 100 milhões de casos -, investidores agora se preocupam também com o ritmo da imunização no Velho Continente. A fraqueza de indicador de confiança na Alemanha colaborou para as perdas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou o dia em baixa de 1,16%, aos 402,98 pontos.

A vacinação contra a covid-19, considerada a chave para a retomada econômica, começa a ser alvo de incertezas na Europa e levou à fuga do risco. Comissária da União Europeia para Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides cobrou nesta quarta-feira a farmacêutica AstraZeneca a cumprir o contrato com o bloco para a entrega de vacinas contra a covid-19.

Em comunicado, ela disse que já havia entrado em contato com a empresa na segunda-feira para “expressar nossa séria preocupação” diante da intenção da companhia de entregar “consideravelmente menos doses nas próximas semanas do que o combinado e anunciado”.

As incertezas sobre o ritmo da imunização atingiram em cheio as praças europeias. Acompanhando também o sinal negativo vindo das bolsas de Nova York, onde balanços corporativos ruins pesam no humor, o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, fechou em queda de 1,30%, a 6567,37 pontos, acompanhado pelo CAC 40, de Paris (-1,16%, a 5459,62 pontos) e pelo FTSE MIB, de Milão (-1,47%, a 21662,73 pontos).

Em Frankfurt, o índice Dax caiu 1,81%, a 13620,46 pontos. Só a Bayer tombou 3,50%. O tom é pior na bolsa alemã após o índice de confiança do consumidor cair de -7,5 pontos em janeiro para -15,6 pontos em fevereiro, segundo o instituto Gfk. “Em uma linha: é um colapso, provavelmente devido à queda de gastos com aumento de impostos”, diz Claus Vistesen, economista-chefe para zona do euro da Pantheon Macroeconomics.

Entre outras praças, o índice Ibex 35, de Madri, fechou em queda de 1,41%, a 7852,70 pontos, enquanto o PSI 20, de Lisboa, cedeu 2,12%, a 4785,16 pontos.

*Colaborou Gabriel Bueno da Costa