As bolsas europeias operam em alta desde a abertura dos negócios desta segunda-feira, reagindo com alívio ao comportamento menos agressivo do que o esperado do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à China e na esteira de dados positivos do setor manufatureiro chinês. Os ganhos na Europa, porém, diminuíram após números não muito animadores da indústria local e notícia de que o governo chinês suspendeu importações de alguns produtos agrícolas americanos, diante da piora de suas relações com Washington.

Durante aguardada coletiva de imprensa na sexta-feira (29), Trump anunciou que vai iniciar o processo para retirar o status especial conferido a Hong Kong, após a decisão da China de impor uma nova lei de segurança à região, e acusou Pequim de interferir na Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia do coronavírus. Por outro lado, Trump manteve intacto o acordo comercial de “fase 1” que os EUA assinaram com a China no começo do ano, o que favorece hoje a demanda por ativos considerados mais arriscados, como ações.

Já a China deu novos sinais de que continua se recuperando do choque do coronavírus. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do país subiu de 49,4 em abril para 50,7 em maio, atingindo o maior nível em quatro meses e com a leitura acima da barreira de 50 indicando que a manufatura voltou a se expandir após o violento impacto da covid-19.

Na zona do euro, por outro lado, o PMI industrial de maio foi ligeiramente revisado para baixo na leitura final de maio, para 39,4, e, embora tenha subido ante a mínima recorde de 33,4 de abril, mostrou que a manufatura do bloco continua se contraindo de forma expressiva. Na Alemanha, o PMI equivalente também sofreu revisão para baixo. No Reino Unido, o mesmo indicador ficou abaixo da expectativa de analistas.

Os mercados acionários europeus perderam um pouco do fôlego após os PMIs locais e após a Bloomberg noticiar que a China orientou estatais a interromper as compras de alguns produtos agrícolas dos EUA, incluindo as de soja, enquanto Pequim avalia a recente escalada nas tensões bilaterais.

Também no radar, está a onda de violentos protestos que tomou conta dos EUA nos últimos dias e que teve início após a morte de um homem negro desarmado, George Floyd, durante operação policial em Minneapolis (Minnesota). As manifestações ocorrem num momento em que os EUA acumulam mais de 100 mil mortes pelo coronavírus.

Às 7h57 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 1,16% e a de Paris avançava 1,22%. Já em Milão, Madri e Lisboa, os ganhos eram de 0,92%, 1,59% e 1,51%, respectivamente. Na Alemanha, um feriado mantém a Bolsa de Frankfurt fechada.

No câmbio, o euro se fortalecia a US$ 1,1102, de US$ 1,1095 no fim da tarde de sexta-feira, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,2383, ante US$ 1,2332 na sexta. Com informações da Dow Jones Newswires.