O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer nesta quinta-feira, 7, que não vai instituir no País o passaporte da vacina contra a covid-19, comprovante de imunização contra a doença já exigido em algumas unidades da Federação para acesso a determinados locais. Bolsonaro também aproveitou sua live semanal para sair em defesa do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Brito Ribeiro, inserido no rol de investigados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por advogar publicamente que a prescrição de tratamentos ineficazes contra a doença a pacientes é decisão individual do médico.

Crítico do passaporte da vacina, uma das novas bandeiras que agitam a militância bolsonarista, o presidente disse que a medida restringe liberdades da população. “Posso baixar decreto agora exigindo passaporte de vacina. Vou fazer isso? Não vou”, afirmou durante a transmissão nas redes sociais. Ele ainda provocou Fernando Haddad (PT), seu principal adversário nas eleições de 2018: “Se tivesse o poste no meu lugar, já teria feito.”

Ao defender novamente o “tratamento precoce” contra a covid, composto por medicamentos sem eficácia contra a doença, o presidente fez coro ao argumento usado pelo presidente do CFM para justificar a prescrição dos remédios. “O que o presidente do Conselho Federal de Medicina defende é isso, é tratamento off label, a autonomia médica. Por que se politizou isso?”, questionou.