Brasília, 27 – O presidente Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira que, se o setor produtivo da soja exportar todo o produto para o mercado internacional, poderá desajustar o preço do óleo da commodity. De fato, o consumidor final tem se deparado com a alta dos preços do óleo no mercado interno, o que tem pesado inclusive nos índices de preços. No Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de outubro, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta do óleo de soja foi de 22,34%.

Segundo o presidente, que se encontrará nesta terça à tarde com o setor produtivo da soja, liderados pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a produção brasileira “tem de ficar um pouquinho (de soja) no Brasil”. “Se não ficar, bagunça o preço do nosso óleo de soja aqui”, disse ele, ao conversar com um trabalhador do setor de armazenagem de grãos e com um produtor rural, antes reunião do Conselho de Governo, no Palácio da Alvorada.

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As cotações da soja têm subido no mercado internacional por causa de diversos fatores. Entre eles, está principalmente a forte demanda da China, que utiliza a oleaginosa na produção de ração animal para suínos. “O preço tá bom também né?”, perguntou Bolsonaro ao grupo, para em seguida elogiar a ministra Tereza Cristina e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

O encontro do presidente com o setor produtivo da soja deve ocorrer às 15 horas.

Na pauta, está prevista a discussão sobre a perspectiva para a próxima safra, mas o encontro ocorre em um momento que o preço da soja tem batido recordes e já provoca impacto na inflação dos alimentos. Participam da conversa também o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além de representantes da Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Cargill, Bunge, Amaggi Agro, entre outros.