RECORDE: vendas na feira gaúcha chegaram a R$ 131 milhões

Um rapaz fantasiado de Quico, o inseparável amigo do personagem Chaves, da televisão, brinca com uma bola de plástico gigante, arrancando gargalhadas das crianças, e também dos adultos. A maioria tem nas mãos sacolas de compras, e, enquanto se divertem, seguram na mão livre um espeto de churrasquinho ou uma maçã do amor. O clima é de festa. Ao mesmo tempo, a 20 metros de Quico, dois fazendeiros investem suas economias em uma compra vultosa: uma colheitadeira de arroz no valor de US$ 272 mil.

Comerciantes, agricultores e famílias em peso convivem tranqüilamente na magnífica área de 141 hectares da 30a edição da Exposição Internacional, a Expointer, que foi realizada de 25 de agosto a 2 de setembro no município de Esteio, colado em Porto Alegre. Há quem vá para fazer negócios, como a dupla, há quem vá expor seus animais e há, também, quem vá somente assistir ao movimento da feira. Assim é a Expointer, que teve nessa última edição a visita de mais de 400 mil pessoas.

Este ano não teve recorde de visitação. Em 2004 passaram por ali mais de 700 mil pessoas, em um momento da economia em que o vento estava mais favorável. No entanto, agora, depois de três anos em que pecuaristas e agricultores eram só queixas, parece que a situação ficou melhor. “Vendemos mais máquinas agrícolas do que esperávamos e, certamente, este é o melhor indicativo de que a retomada de produção chegou para ficar”, diz um sorridente Paulo Kowalski, gerente regional de vendas da John Deere. “Já contamos com uma produção, na safra 2007, de 20 milhões de toneladas de grãos a mais do que no ano anterior depois de dois anos ruins. E isso deve ser comemorado.”

E, de alguma forma, foi muito comemorado. Com dinheiro em caixa. A soma das vendas foi de R$ 131,6 milhões, incluídos aí ingressos (R$ 131 mil), comercialização de animais (R$ 9,6 milhões), vendas de peças de artesanato (R$ 1,3 milhão), produtos da agricultura familiar (R$ 600 mil) e, a grande estrela de todas as Expointer, vendas de máquinas e implementos agrícolas, R$ 120 milhões.

É bom lembrar que a história da Expointer, como tudo que ocorre no Rio Grande do Sul, vem cercada por tradições. A feira nasceu de um evento chamado Exposição Estadual, em 1901, que na ocasião era realizado no Parque da Redenção e tinha apresentação de animais, produtos agrícolas e industriais. Com o passar dos anos foi crescendo até que em 1972 tornou-se evento internacional, com a participação principalmente dos vizinhos do Estado, como Argentina, Uruguai e Paraguai, que até hoje são extremamente atuantes na feira. Talvez isso explique a presença simpática do Quico nas ruas da Expointer.