A participação do Brasil no Campeonato Mundial de Handebol Masculino deste ano, no Egito, chegou ao fim na segunda-feira (25), com a vitória por 37 a 17 sobre o Uruguai, pela última rodada da segunda fase. Foi o primeiro triunfo da seleção brasileira na competição, da qual se despediu com dois empates (ambos na primeira fase, contra Espanha e Tunísia) e três derrotas (Polônia, Hungria e Alemanha). O time verde e amarelo finalizou o torneio na 18ª posição.

A vitória contra o Uruguai foi a mais elástica do Brasil em um Mundial. O pivô Rogério Moraes foi eleito o melhor jogador em quadra e assinalou cinco gols, assim como o ponta Rudolph Hackbarth. O artilheiro da partida foi o lateral José Luciano, com sete gols, todos no segundo tempo.

A trajetória brasileira foi turbulenta. Antes do embarque para o Egito, o armador e capitão Thiagus Petrus, o goleiro Leonardo Ferrugem, o técnico Marcus Tatá e outros três membros da comissão foram diagnosticados com o novo coronavírus (Covid-19). Na África, o ponteiro Felipe Borges e o pivô Guilherme Santista também testaram positivo. Ainda em Portugal, onde a equipe realizou um treinamento anterior à viagem, o elenco já havia tido dois cortes por lesão, do pivô Matheus Francisco (substituído por Santista) e do lateral Gabriel Ceretta.

Fora de quadra, o cenário conturbado da modalidade também impactou na preparação. De 2019 para cá, a seleção masculina trocou de técnico três vezes. As mudanças se deram em meio a disputa política pelo comando da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). A última mudança foi em dezembro, quando Ricardo Luiz de Souza, o Ricardinho, renunciou à presidência em exercício da entidade. Ele já estava suspenso pelo conselho de ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por uma acusação de assédio moral e sexual.

Também em nota, a Federação Internacional de Handebol (IHF, sigla em inglês) afirmou que uma investigação foi aberta. Segundo a IHF, um atleta da seleção europeia se apresentou à emergência do hotel com “problemas estomacais e diarreia”, sendo medicado. Ainda conforme a entidade, o chefe da delegação disse que “14 jogadores tiveram os mesmos sintomas, assim como em outras equipes”, e que a comida do local teria sido adulterada”. O médico do time esloveno, porém, não teria liberado os atletas do país para serem examinados.

“A IHF não recebeu nenhuma reclamação oficial de nenhum participante relacionada à alimentação servida durante o evento. Pelo contrário: a delegação de Belarus, acomodada no mesmo hotel e que compartilhou o mesmo buffet [que os eslovenos], não teve nenhum problema desse tipo”, descreve a nota da federação internacional.