Neste domingo (4/5),  o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, o diretor-geral de Desempenho Econômico e Ambiental de Empresas (DGPE), Hervê Duran, e a equipe do Ministério da Agricultura da França, decidiram pela criação de um Comitê Especial Agrícola Permanente Brasil – França. O órgão vai tratar de cooperação, tecnologia, sustentabilidade, sanidade e intensificação de comércio entre os dois países.  Novacki, que encontra-se em missão oficial a países europeus, disse,  que esse canal de diálogo, além de facilitar o comércio bilateral no setor do agronegócio, contribuirá para concluir o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

De acordo com o secretário, foi bem recebida por autoridades do governo francês a iniciativa do Mapa de tratar pessoalmente do episódio da Carne Fraca, durante a visita, dando detalhes das iniciativas adotadas para dar segurança aos importadores sobre a qualidade do produto brasileiro. Foi também destacada a proposta para diálogo direto entre os dois países relacionado a interesses comuns nos projetos agrícolas.

Nas conversas, representantes do governo francês apresentaram sua expectativa sobre avanços do Acordo de Paris para o Clima. Novacki relatou a respeito do empenho e de resultados na área de sustentabilidade perseguidos na produção brasileira. O secretário enfatizou haver confiança no apoio da França para que esses esforços de preservação ambiental e de manutenção da qualidade e da segurança sanitária dos produtos brasileiros sejam reconhecidos pelo bloco europeu. Disse também esperar a superação de entraves e a finalização de negociações, a fim de que se estabeleça parceria e ganhos mútuos entre Mercosul e UE.

Na agenda na França, Novacki esteve acompanhado do embaixador do Brasil no país, Paulo Cesar Oliveira, e do secretário substituto de Relações Internacionais do Mapa, Alexandre Pontes. Um dos objetivos da viagem é estabelecer com o novo governo da França uma relação mais harmoniosa. O perfil do presidente eleito, Emmanuel Macron, indica uma perfil conciliador, tornando mais fácil o diálogo, com vistas a soluções produtivas, avaliou Novacki. O secretário lembrou que, em anos recentes, o Brasil enfrentou resistências e posições críticas junto ao bloco europeu, que impediam a ampliação do mercado da Europa para produtos brasileiros.

França

Com quase 65 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de U$ 2,55 trilhões, a França é importante centro consumidor, mas há necessidade de trabalhar esse mercado, enfatiza o secretário, já que no setor de agronegócio do país há um comportamento conservador, apesar da participação de apenas 1,7% no PIB. No Brasil, o agronegócio responde por quase 6% do PIB.

“No momento em que o agronegócio brasileiro apresenta seu melhor resultado, o Ministério da Agricultura segue firme no propósito de alcançar 10% de participação no mercado agrícola internacional, o que representaria quase R$ 100 bilhões a mais na economia, gerando novos empregos e renda”, observou Novacki. Hoje, a fatia é de 6,9% do mercado. Neste domingo, a comitiva brasileira segue para Polônia, última escala antes do retorno ao Brasil, depois de ter visitado também a Holanda.