O Brasil registrou 729 mortes e 23.674 novas infecções de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, o total de óbitos é de 44.118 e o de contaminações, de 891.556, nesta segunda-feira, 15.

Em números absolutos, o Brasil é, desde sexta-feira, o segundo país no mundo com mais mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que contam 116 mil óbitos, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins atualizados até 20h desta segunda.

Mais afetados

Com 10.767 mortes, São Paulo continua sendo o Estado mais afetado pelo vírus no País. A elevação do número de óbitos acontece em um momento de flexibilização da quarentena e retomada das atividades econômicas. Nesta segunda, o chefe do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Carlos Carvalho, afirmou que a possibilidade de uma segunda onda da doença “existe e é real” em meio ao processo de abertura econômica do Estado.

O Rio de Janeiro segue em estado crítico. Se fosse um país, o Estado do Rio seria o 19º do mundo com mais infectados. Ao todo, são 7.728 óbitos e 80.946 casos no total. A capital é o município com o maior número de casos, com 42.385, e de mortes, com 5.090.

O Norte e o Nordeste também têm números superlativos da doença. O Ceará, que é o Estado nordestino que mais acumula contaminações, registrou 3.020 novos casos de domingo para segunda e 156 mortes no mesmo período. São, agora, 5.041 óbitos e 79.853 infecções.

Já o Amazonas, que detém os maiores números no Norte, passou de 56.506 infecções para 56.777, com o acréscimo das 271 de novos casos de ontem para hoje. E as mortes passaram de 2.492 para 2.512 (acréscimo de 20).

Estudo feito em março previa pelo menos 44 mil mortes no Brasil

Em março, uma pesquisa divulgada pelo Grupo de Resposta à Covid-19 do Imperial College de Londres previa que ao menos 44 mil pessoas morreriam por covid-19 no Brasil. Menos de três meses depois, o País atingiu a marca com 44.118 vidas perdidas para a doença nesta segunda-feira, 15.

As estimativas foram feitas com base nos dados da China e de países de alta renda, o que pode significar que para as nações de baixa renda a realidade poderia ser ainda mais grave que a apontada no trabalho.

Os pesquisadores consideraram que se houvesse no Brasil uma restrição mais ampla de isolamento, e feita de modo rápido, os resultados poderiam ser bem menos dramáticos.

A eficácia do isolamento mais amplo, como preconizado pela Organização Mundial da Saúde, seria sentida em todo o mundo, de acordo com a modelagem feita pelo grupo. Eles projetam que na ausência de intervenções, a covid-19 resultaria em 7 bilhões de infecções e 40 milhões de mortes em todo o mundo este ano – 1,15 milhão é o estimado para o Brasil se nada fosse feito.

Os números fazem parte do estudo divulgado pela Instituição que vem fazendo quase em tempo real projeções matemáticas do crescimento da pandemia e avaliações das ações em andamento.

Balanço da imprensa

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os jornalistas dos seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia.

Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidado de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua com o objetivo de informar os brasileiros sobre a evolução da covid-19 no País, cumprindo o papel de dar transparência aos dados públicos.

Nesta segunda-feira, a pasta informou, por volta das 18h50, que o Brasil contabilizou 627 óbitos e mais 20.647 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 888.271 casos confirmados e 43.959 mortes causadas pelo coronavírus.