Chicago, 31 – O negócio de processamento de soja da Bunge está correspondendo às expectativas de lucro expressivo no segundo semestre de 2018, e as margens do segmento devem continuar favoráveis no começo de 2019, disse o CEO da trading, Soren Schroder.

O executivo, porém, citou alguns obstáculos, como problemas de logística no Brasil e o enfraquecimento do dólar, que trazem incertezas. Mais cedo, a companhia reportou lucro líquido de US$ 365 milhões (US$ 2,39 por ação) no terceiro trimestre, quase quatro vezes o resultado obtido em igual período do ano passado, de US$ 92 milhões (US$ 0,59 por ação).

Schroder disse também que na América do Norte agricultores “muito teimosos” estão segurando sua produção recorde, enquanto no Brasil produtores ainda não estão fazendo vendas antecipadas por causa dos baixos preços no mercado futuro e da depreciação do dólar.

Apesar disso, a trading continua otimista quanto ao lucro de sua divisão de agronegócio em 2018, que deve ficar próximo do teto do intervalo projetado de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão, graças aos resultados robustos no processamento de soja.

Quanto à China, o CEO da Bunge acredita que o país asiático vai reduzir suas importações de farelo de soja e ficar menos dependente da oleaginosa dos Estados Unidos. Recentemente, autoridades da China reduziram o nível mínimo de farelo de soja exigido para a alimentação de suínos no país. Tendo em vista a ampla oferta do Brasil, a China “provavelmente vai conseguir suprir totalmente suas necessidades sem ter de recorrer aos EUA, caso as questões comerciais não se resolvam”, afirmou.

O diretor financeiro da Bunge, Tom Boehlert, disse que a companhia está acelerando seu programa para reduzir custos em US$ 250 milhões. A Bunge estima que US$ 175 milhões do total serão eliminados ainda este ano, US$ 25 milhões a mais do que a estimativa anterior. Fonte: Dow Jones Newswires.