Berlim, 24 – Governos precisam adotar mais medidas para ajudar produtores de cacau a lidar com os efeitos da volatilidade de preços, disse nesta terça-feira, 24, David Short, da consultoria Aidenvironment. Durante a Conferência Mundial do Cacau, em Berlim, Short recomendou medidas como gestão de oferta, zoneamento de terras e um processo mais robusto de diversificação de culturas. Ele disse também que a cooperação entre países produtores precisa ser mais forte. Além disso, os bancos precisam incluir a gestão de risco no processo de financiamento aos produtores, observou.

Edward George, chefe de pesquisa do Ecobank, concorda que deve haver mais cooperação entre países produtores. Segundo ele, na próxima temporada os conselhos de cacau da Costa do Marfim e de Gana, os dois maiores produtores mundiais, devem anunciar simultaneamente os preços ao produtor. Isso deve ajudar a conter o contrabando de cacau na fronteira entre os dois países, de 100 mil toneladas por ano, disse George.

A diretora comercial da Cocoa Cargill, Francesca Kleemans, também acredita que produtores de cacau precisam diversificar suas culturas para obter lucros mais sustentáveis. “Quanto mais atividades fizerem parte do setor agroalimentar, mais forte ele será”, disse.

Outra medida que vem sendo adotada para ajudar países produtores é o processamento maior da amêndoa na origem. “Nos últimos 12 anos, o processamento de cacau na origem passou de 37% para 45%”, disse Gerard Stapleton, da consultoria LMC International. Ele destacou o aumento das exportações de produtos semiacabados de cacau da África e do Sudeste Asiático. Fonte: Dow Jones Newswires