No mês passado, em Genebra, sentaram-se à mesa de discussões sobre o setor agrícola o Brasil, a Colômbia, o Peru, o Uruguai, mais a União Europeia. Do encontro, saiu uma proposta conjunta que será apresentada na 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), que acontece em dezembro, em Buenos Aires. O principal ponto do documento é a adoção de novas regras para reduzir os subsídios domésticos no campo. O bloco propõe um teto global, no âmbito do Acordo sobre Agricultura da OMC, para os tipos de subsídios que mais distorcem o comércio internacional. Como, por exemplo, os relacionados ao desempenho exportador, quando um governo ou suas agências vendem estoques de produtos agrícolas a preços abaixo da média do mercado.

Exportação
Gado vivo para a Austrália

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No mês passado, o maior navio boiadeiro do mundo, o Ocean Shearer, atracou no porto de São Sebastião, no litoral paulista, para uma missão. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil está exportando gado vivo para a Austrália através desse porto. O grande curral flutuante, de capacidade para 22,5 mil animais, é da multinacional australiana Wellard, maior exportadora global de gado vivo. De acordo com a Scot Consultoria, o embarque priorizou animais jovens, de até 300 quilos, produto de cruzamento industrial com angus e hereford, além de anelorados.

Confissão
Diário de um Gates

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No mês passado, começou a circular no site do bilionário Bill Gates, fundador da Microsof, um depoimento escrito por ele sobre suas aventuras no campo. Com o título “O que os vaqueiros podem nos ensinar sobre alimentar o mundo”, Gates conta os detalhes de viagem à Austrália, visitando gado leiteiro e de corte. As incursões do magnata pelo agronegócio ocorrem desde os anos 2000, com a criação da Fundação Bill e Melinda Gates, nome de sua esposa. A fundação filantrópica já doou U$S 35 bilhões a projetos sociais, entre urbanos e rurais. Gates, 61 anos, que nunca havia visto uma inseminação escreveu: “fiquei impressionado com a alta tecnologia de todo o processo”. Vale uma espiada em gatesnotes.com.

Censo
Lá e aqui, quanta diferença

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Religiosamente feito a cada cinco anos, os Estados Unidos já estão preparando o censo agropecuário de 2017. A pesquisa será em dezembro, mediante um cadastramento on-line dos produtores. Já aqui no Brasil, um concurso público em julho aprovou cerca de 25 mil agentes para a tarefa. Há quem não acredite, mas o IBGE diz que o censo será de outubro deste ano a março de 2018. O último foi em 2006, em 5,2 milhões de propriedades rurais.

Preservação
Mato Grosso sustentável

Mato Grosso, Estado com a pecha de desmatador frente à opinião pública do País, quer mudar sua imagem e tem dados para a empreitada. Um estudo do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa acaba de mostrar que o Estado mantém 64,7% do território intacto, o que corresponde a 58,4 milhões de hectares. Dos 90,3 milhões de hectares que formam o Estado, apenas 35% são para atividades agrícolas: as lavouras em 9,3 milhões de hectares e a pecuária em 19,4 milhões. Além disso, as reservas legais das fazendas preservam 30,6 milhões de hectares. É mais do que a área de países como Equador, Nova Zelândia ou Reino Unido. “Não há país que ganhe desse Estado em matéria de preservação”, diz Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite.