Brasília, 10 – Caminhoneiros que atuam na região de Barra Mansa (RJ) fazem manifestação no quilômetro 275 da Via Dutra na manhã desta segunda-feira, 10. O ato é um protesto contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, de suspender a aplicação de multas pelo descumprimento da tabela dos preços mínimos de frete até que a corte decida pela constitucionalidade da fixação de pisos de preço para os serviços de transporte rodoviário. O movimento é, até o momento, pontual.

A maioria das lideranças ainda aguarda desdobramentos de medidas em discussão em Brasília. O movimento está dividido. Há grande insatisfação na base e líderes tentam conter uma radicalização.

No último sábado, o futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra, enviou um áudio ao movimento listando razões pelas quais eles não deveriam levar adiante uma paralisação. Ele foi relator, na Câmara, da lei que estabeleceu a política dos preços mínimos de frete. O futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, manifestou apoio ao piso mínimo.

“A toda ação, corresponde uma reação”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o delegado do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) do Rio de Janeiro, Nelson de Carvalho Júnior. Ele disse que, após a decisão de Fux, as empresas da região de Barra Mansa reduziram os valores pagos aos caminhoneiros, já que as multas pelo descumprimento da tabela estão suspensas.

A manifestação segue pacífica, segundo relatou o sindicalista. Segundo informou, não há bloqueio na pista. Os caminhoneiros são orientados a parar seus veículos em postos de combustíveis.

Segundo Júnior, houve incidentes com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mais cedo. Eles teriam usado arma de choque para conter um manifestante e impedido um colega de registrar a ação em vídeo. Os agentes – e não os manifestantes – teriam bloqueado temporariamente a pista, segundo relatou.

O jornal O Estado de S. Paulo questionou a PRF e aguarda posicionamento.

Júnior informou que está vindo para Brasília para, junto com outros líderes do movimento, fazer novas reuniões com autoridades do governo. Eles pretendem ir novamente à Advocacia-Geral da União (AGU), que está buscando formas de se contrapor à decisão de Fux.