Ribeirão Preto, 17 – O endividamento do setor sucroenergético deve aumentar na safra 2018/2019, encerrada em 31 março, segundo estimativa do Rabobank divulgada no encontro da Canaplan, em Ribeirão Preto (SP). A avaliação com grupos industriais da carteira do banco, que representam metade do processamento da safra brasileira, aponta que a dívida liquida financeira das companhias deve ficar entre R$ 137 e R$ 145 por tonelada de cana processada no período. Em 2017/2018 a dívida ficou em R$ 120 por tonelada.

De acordo Manoel Pereira de Queiróz, gerente sênior de relacionamento do banco no País, apesar de o endividamento voltar ao patamar de 2015, auge da crise do setor, o aumento pode ser explicado pela variação cambial no ano passado e pode ser revertido. “Entre 30% e 40% da dívida é em dólar, a moeda subiu 18,94% e a moagem caiu em torno de 4% na safra passada. Só esse efeito do câmbio trouxe uma alta entre 9% e 12% na dívida”, disse. “Mas o câmbio, da mesma maneira que sobe, desce. Essas empresas têm ativos em dólar e receita a receber também em dólar e essa dívida pode ser uma fotografia do momento”, completou.

Queiróz explicou que em consultas às usinas clientes do Rabobank algumas companhias chegaram a elevar em até 111,5% o seu endividamento no ano passado, mas por uma boa causa. “É uma empresas saudável, que tinha um endividamento líquido pequeno e investiu em expansão. Nem todo crescimento da dívida é ruim”, afirmou.