São Paulo, 09/10 – As usinas do Centro-Sul do Brasil processaram 40,224 milhões de toneladas de cana-de-açúcar da safra 2020/21 na segunda quinzena de setembro. O volume é 14,2% maior do que o total de 35,205 milhões de toneladas moídas em igual período do ano passado. Segundo dados divulgados há pouco pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a moagem acumulada na temporada, até 1º de outubro, atingiu 499,771 milhões de toneladas, crescimento anual de 5,30%.

O teor de sacarose na cana, medido pela quantidade de Açúcar Total Recuperável por tonelada processada (ATR/t), foi de 161,35 quilos (kg) na segunda metade de setembro, 2,58% superior ao registrado no mesmo período da safra passada. No acumulado da safra 2020/21, o ATR atingiu 142,87 quilos por tonelada até 1º de outubro, aumento anual de 4,42%.

O diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, afirmou em comunicado que “o período de estiagem favoreceu a operação de colheita, permitindo que a moagem atingisse patamar recorde de 500 milhões de toneladas até 1º de outubro”. Ele ressaltou, no entanto, que é preciso monitorar o tempo seco, pois já há queda de rendimento em algumas áreas que estão sendo colhidas no Centro-Sul.

Segundo a Unica, 256 empresas estavam em operação até 1º de outubro, cinco a mais do que no mesmo período de 2019. “No mês de setembro, uma nova unidade de etanol de milho entrou em operação e seis empresas concluíram a safra, sendo duas na segunda quinzena (uma unidade em São Paulo e outra no Rio de Janeiro)”, informa a nota da entidade.

A produção de açúcar na segunda metade de setembro chegou a 2,868 milhões de toneladas, avanço anual de 59,57%. No acumulado da safra, a produção do adoçante no Centro-Sul registra avanço de 46,23% em relação ao ano passado, chegando a 31,950 milhões de toneladas.

Com 46,37% da oferta total de cana destinada ao açúcar e 53,63% ao etanol, a fabricação do biocombustível atingiu 2,162 bilhões de litros na segunda quinzena de setembro, o que corresponde a uma retração de 3,30% ante igual período da safra passada, de 2,236 bilhões de litros. Na segunda metade do mês, foram produzidos 1,382 bilhão de litros de hidratado, queda de 14,73%. A produção de anidro, por sua vez, subiu 26,80%, passando de 615 milhões de litros em igual período do ano passado para 780 milhões de litros na segunda quinzena de setembro de 2020.

No acumulado da safra até 1º de outubro, a produção total de etanol registra recuo de 7,47%, para 23,446 bilhões de litros. Do total, 7,148 bilhões de litros são do biocombustível anidro (queda anual de 6,26%) e 16,298 bilhões de litros, do hidratado (recuo de 7,99%). Além disso, foram fabricados 1,15 bilhão litros de etanol de milho na safra até o momento.

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