Embrapa
Solo em números

No mês passado, a Embrapa Solos, com sede no Rio de Janeiro, apresentou o Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos (Pronasolos) aos dirigentes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso. A ideia é começar no Estado o projeto do inventário que pretende mapear os solos das áreas de cultivo do País a partir de 2018, quando se iniciariam os trabalhos de pesquisa e catalogação dos solos.

Cana-de-açúcar
Parceria para novas cultivares

A Biosev, braço sucroenergético da francesa Louis Dreyfus Commodities, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), firmaram uma parceria para ampliar o Programa Cana IAC, voltado para o desenvolvimento de cultivares para as principais regiões canavieiras do Brasil. A parceria prevê a participação de técnicos da empresa em treinamentos e a instalação de uma rede de ensaios de competição de genótipos de cana-de-açúcar em unidades da Biosev, em diferentes contextos agroclimáticos.

Avicultura
Galinha fora da gaiola

A Arcos Dourados, franquia da América Latina e Caribe da rede de lanchonetes McDonald’s, afirmou que a partir de 2025 não comprará mais ovos de galinhas criadas em gaiolas. A empresa se comprometeu a auxiliar os produtores na transição, assegurando que ela seja feita sem afetar o abastecimento das 2,1 mil lojas em 20 países da região. O movimento segue o compromisso já firmado nos Estados Unidos e no Canadá.

Pesquisa
Genética bem guardada

A equipe que desenvolveu o software Animal Grin, sistema que armazena informações sobre recursos genéticos animais, recebeu do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos o prêmio “Transferência de Tecnologia 2016”. No País, os pesquisadores Arthur Mariante, Eduardo Cajueiro e Samuel Paiva, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, atuaram no desenvolvimento e adaptação do software, que recebeu o nome de Alelo Animal. O prêmio foi concedido, em setembro, depois de oito anos de parceria entre americanos e brasileiros.

Importação
Do vinho ao azeite

A Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves (RS), entrou no segmento de azeites gourmet. No mês passado, a vinícola apresentou ao mercado o extra virgem português, produzido na região do Alentejo. Inicialmente, foram importadas 12 mil garrafas para atender restaurantes, lojas especializadas e varejo voltado ao público das classes A e B. O Brasil é um dos maiores compradores de azeite do mundo, com 56 mil toneladas no ano passado. Em 2014, foram 73 mil toneladas.

Cacau
Retomada nos estoques

Os estoques internacionais de cacau devem começar a se recompor nesta safra, segundo a consultoria FCStone. Os estoques da safra 2015/2016, encerrada em setembro, são os menores dos últimos 30 anos, 1,4 milhão de toneladas, em uma sequência de quatro safras abaixo do consumo. Com a estimativa de aumento de 10,3% na produção mundial neste ciclo, para 4,3 milhões de toneladas, os estoques devem chegar a 1,5 milhão de toneladas. A principal recuperação deve ser observada no Brasil, onde a produção deve aumentar 50%, para 211 mil toneladas. O maior produtor do mundo é a Costa do Marfim, onde a produção deve chegar a 1,7 milhão de toneladas, alta de 11%.

Carne bovina
JBS aumenta sua presença nos EUA

No mês passado, a JBS realizou o seu primeiro desembarque de carne bovina brasileira in natura, nos Estados Unidos.  Foram 25 toneladas que saíram da unidade de Campo Grande (MS) para o porto da Filadélfia. A JBS deve embarcar, em média, 40 contêineres por mês, com previsão de chegar a 100, a partir do primeiro semestre de 2017. “Rompemos um paradigma de décadas, enfrentado pelo Brasil e pela JBS”, afirma Miguel Gularte, presidente da JBS Mercosul. “A participação da JBS neste mercado é estratégica, pois se abre uma nova fronteira às exportações.”

Armazenagem
Silos para a CofcoAgri

No mês passado, a trading Cofco Agri, controlada pela estatal chinesa de alimentos Cofco, comprou dois armazéns no Estado de Mato Grosso. Um, com capacidade para 72 mil toneladas, fica no município de Itanhaguá. O outro, para 60 mil toneladas, está em Novo Mundo. Além disso, uma unidade para 70 mil toneladas será construída em Marcelândia nos próximos meses e deve receber a safrinha de milho em 2017. A empresa não informou o valor do investimento. As operações brasileiras da trading  devem chegar a 15% da receita mundial neste ano, prevista em US$ 40 bilhões.

Mercado externo
Etanol em dobro

O Conselho de Grãos dos Estados Unidos está trabalhando para aumentar as exportações de etanol de milho do país. Tom Sleight, presidente da entidade, que reúne a cadeia produtiva de grãos, acredita que as ações do conselho para divulgar o combustível podem ajudar a elevar as vendas dos atuais 3,4 bilhões de litros para 7,6 bilhões de litros, nos próximos anos. Depois de uma ação na China, os americanos estão de olho nos mercados do México, Japão e Índia.

Milho
Disputa no terminal

O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que tem como sócios a CGG Trading, a NovaAgri, a Glencore e o consórcio Crescimento, formado pela Amaggi e a Louis Dreyfus Commodities, entrou com um pedido para que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários crie um teto para a movimentação de milho realizada pela VLI, que controla a  Ferrovia Norte-Sul, que tem como destino o porto público de Itaqui (MA). A empresa, cujo principal acionista é a Vale, já tem um teto para o escoamento de soja e farelo por esse porto, pois foi autorizada a expandir sua infraestrutura no vizinho terminal de Ponta da Madeira.

Soja responsável

A Moratória da Soja completou dez anos em 2016. O compromisso de não comprar nem financiar a soja cultivada em áreas desmatadas do bioma Amazônia foi assinado pela Abiove e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e associadas. O presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, comenta os avanços do acordo, que foi renovado por tempo indefinido em maio deste ano.


Carlo Lovatelli presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e coordenador do setor privado no Grupo de Trabalho da Soja (GTS)

Quais foram os principais avanços nestes dez anos de moratória? 
Foram atingidos resultados expressivos, que estavam entre as metas iniciais da moratória: desenvolveu-se uma estrutura de governança pública que desestimulou o desmatamento e melhorou-se a imagem do agronegócio.

Quanto da soja produzida na região ainda vem de áreas desmatadas?
Foram cultivados 37,2 mil hectares de soja da safra 2015/2016 em desacordo com a moratória. A área representa 1,1% do total desmatado no bioma.

Como será o mecanismo que substituirá a moratória?
Será um sistema de monitoramento baseado no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na lista de áreas embargadas do Ibama. Assim como as instituições financeiras serão obrigadas a exigir o CAR para a concessão de crédito agrícola em 2017, as indústrias de óleos vegetais poderão adotar o mesmo critério para a compra de insumos se desejarem.

Que outras medidas podem ser tomadas, além da moratória? 
Somos a favor das políticas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), uma forma de retribuir quem concilia a produção de alimentos com a conservação de recursos naturais brasileiros.