Com a pandemia, as compras on-line de produtos de hortifruti se tornaram mais recorrentes e movimentaram até os setores mais tradicionais. O marketplace da Feira do Ceasa é um exemplo. A plataforma fechou o último quadrimestre com aumento de 500% no faturamento e incremento de 30% no número de vendedores. Para os próximos quatro meses, a previsão é dobrar o faturamento e aumentar em mais de 50% o número de fornecedores cadastrados. A força propulsora para o desempenho foi o isolamento social causado pela Covid-19 e a adesão do varejo à feira on-line, que já representa 60% do faturamento total da plataforma.

Conectividade
O campo cada vez mais tecnológico

O uso de inovações na lavoura ainda está longe do ideal, mas a aderência às novas tecnologias no cotidiano dos produtores, empresas e prestadores de serviço do agronegócio está aumentando. Segundo estudo sobre tendências, desafios e oportunidades para a agricultura digital no Brasil, realizado com mais de 750 participantes e conduzido pela Embrapa, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 84% dos agricultores brasileiros já utilizam ao menos uma nova solução como ferramenta de apoio a produção agrícola. Para o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Lúcio André de Castro Jorge, o tamanho do negócio influencia diretamente o acesso às tecnologias. “Quanto maior o produtor, mais itens digitais ele já utiliza e mais especializados são os sistemas, imagens e aplicativos”. Fator que faz os agricultores apostarem nas ferramentas é a expectativa de melhorar o custo de produção e produtividade. A conectividade no campo, porém, ainda é um desafio e um limitante. Cerca de 70% dos produtores rurais são pequenos e médios, e possuem poucos recursos financeiros para investir em inovações, o que dificulta o processo de aceleração digital. “Para aumentar a adesão do campo às novas tecnologias é preciso uma política pública que ajude os agricultores a usar as ferramentas, financiamentos para acesso às mesmas e incentivo para o desenvolvimento nacional”, afirmou Castro Jorge.

Desburocratização
Cadeia de alimentação animal mais ágil

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Certificados de registro de estabelecimentos e de produtos destinados à alimentação animal passaram a ser eletrônicos. O procedimento agora é realizado pelo Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro), que permite ao servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assinar eletronicamente o documento. A empresa pode imprimir ou gerar os certificados em PDF diretamente da plataforma on-line, com código para verificação da autenticidade do certificado via web. O objetivo é reduzir o tempo gasto com trâmite processual, gerar maior segurança e trazer mais facilidade aos usuários.

Segurança Digital
Bolsa de commodities comproteção blockchain

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A startup Gavea Marketplace está usando a tecnologia de blockchain Corda, da R3, no desenvolvimento da sua plataforma digital de negociação de commodities. O acordo permitirá que todas as transações realizadas na plataforma sejam imutáveis e rastreáveis, aumentando o nível de segurança e auditoria das negociações. Com a Bolsa Digital de Commodities, a Gavea pretende viabilizar transações diretas entre vendedores, compradores e demais participantes da indústria, automatizando o processo desde o trading até o post-trading. “Compradores e vendedores lançam e executam suas ordens, geram e assinam seus contratos com certificados digitais, tudo feito na plataforma, sem burocracia”, disse Vítor Uchôa Nunes, fundador da Gavea.

Eventos
Agri-REX mira nas feiras digitais


Com a inesperada pandemia da Covid-19, eventos antes presenciais foram adiados ou transferidos para o ambiente digital. De olho nesta nova demanda, os sócios Eric Holtel, Marco Ripoli e Xavier Boutaud lançaram a Agri-REX, empresa focada em eventos digitais do agronegócio. “Nosso objetivo é facilitar a disseminação das últimas tendências, tecnologias, inovações e melhores práticas do setor”, disse Holtel. A tecnologia conta com a parceria da Congresse.me, que inclui funcionalidades para organização, roteiro, programação e exibição de palestras em vídeo e painéis ao vivo.

 

 

 

 

 

Aplicativo
Qualidade do café nas mãos do consumidor

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Para garantir a segurança alimentar e qualidade do café ao consumidor, a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) lançou o aplicativo ABICAFÉ. A tecnologia, com acesso gratuito, permite ao usuário escanear o código de barras ou QR Code no rótulo e fazer uma consulta no momento da compra para saber se o produto possui certificado e atende os padrões exigidos de pureza e qualidade da ABIC. A plataforma também dispõe de informações sobre o perfil de sabor com descrição de atributos como aroma, bebida, torra e corpo, assim como categorias de qualidade, que são Tradicional, Extraforte, Superior e Gourmet. O aplicativo está disponível na App Store ou Google Play.

Agricultura 4.0
Mais dados para o campo

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Com o compromisso de a acelerar a transformação digital da cadeia de suprimentos agrícola na América do Sul, a IBM e a S4 estão trabalhando juntas. As soluções IBM Food Trust e The Weather Company se integrarão à plataforma geoespacial S4Go®, que permite o desenvolvimento de conhecimentos agronômicos e climáticos por meio do uso de tecnologia de satélite, inteligência artificial e gerenciamento de riscos climáticos. A plataforma aproveitará os dados da The Weather Company, adquirida pela IBM em 2016, para medir o impacto do clima nas lavouras e na produção. Em seguida, relacionará os dados à cadeia de distribuição de alimentos para rastrear produtos com a tecnologia IBM Food Trust, uma plataforma de troca de informações baseada em blockchain. A parceria pode beneficiar desde produtores até bancos, seguradoras e varejo.