São Paulo, 07 – A consultoria Céleres estimou em 111,9 milhões de toneladas a produção de soja no Brasil na safra 2017/18. O montante representa queda de 1,7% em relação à safra passada e leve alta de 0,1% ante a estimativa anterior, divulgada em janeiro, de 111,8 milhões de toneladas.

De acordo com o levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 7, apesar dos atrasos no plantio de verão, os bons níveis de chuvas observados desde novembro do ano passado em praticamente todas as regiões produtoras indicam mais uma safra cheia em 2017/18 e, portanto, próxima do recorde de 114 milhões de toneladas observado no ciclo de 2016/17. A produtividade média esperada para a safra atual é de 3,22 toneladas por hectare, 2% maior que o projetado no começo da temporada. Os destaques positivos são os bons rendimentos das lavouras em Mato Grosso e algum incremento na produção do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Até o dia 2 de fevereiro, a Céleres estima que a colheita da oleaginosa tenha alcançado 5% da área plantada. “Esse ritmo de colheita está atrasado em relação à safra passada, contudo dentro da média das últimas cinco safras”, diz a consultoria. Dadas as previsões de chuvas para o Centro-Norte nesta semana, a expectativa é de que os trabalhos de colheita caminhem bem nos próximos dias, sem perspectiva de perdas concretas em produtividade.

Rentabilidade

Estimativas de frustração nas lavouras da Argentina dão força para sustentar as cotações do contrato março/2018 acima dos US$ 10 por bushel na Bolsa de Chicago (CBOT). Por outro lado, segundo a Céleres, pode ser esperado um aumento na área de soja nos Estados Unidos na safra 2018/19, o que teria efeito negativo sobre os preços da commodity já em meados de abril deste ano, pico do escoamento da safra nacional.

“Considerando a paridade de exportação para março/18, a produtividade média e custos diretos de produção para cada Estado, a rentabilidade operacional média no País deverá ser de R$ 946/ha, o que equivale a aproximadamente 30% de margem sobre venda”, avalia a consultoria. Apesar de positiva, a rentabilidade da safra atual de soja será cerca de 10% menor quando comparada com a temporada passada. Além disso, em razão das recentes desvalorizações do dólar ante diversas moedas pelo mundo, o câmbio continua sendo a maior fonte de risco para o produtor brasileiro.