São Paulo, 16/06 – A desaceleração das exportações de carne bovina do Brasil para a China tem gerado preocupação entre os agentes do setor, que indagam se a capacidade de o gigante asiático adquirir a proteína brasileira estaria chegando ao limite, avalia o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em relatório antecipado ao Broadcast Agro. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, citados pelo Cepea, os embarques de carne bovina para a China caíram 20% entre maio de 2020 e maio de 2021, passando de 83,9 mil toneladas para 67,3 mil toneladas.

Entre dezembro de 2020 e maio deste ano, a redução foi ainda maior, de 24% – no último mês do ano passado, a China foi destino de 88,6 mil toneladas da carne bovina brasileira. Conforme o Cepea, nos últimos anos, a venda brasileira da carne bovina tem se concentrado no país asiático. Em 2021, por exemplo, 44% do produto teve como destino a China. Em 2020, 39%.

A expectativa é de que o mês de junho termine com exportações abaixo da quantidade exportada em junho do ano passado. Ainda conforme o relatório, até a semana passada as exportações somavam 53,45 mil toneladas, com média diária de embarques em 6,68 mil toneladas. Nesse ritmo, o mês deve fechar totalizando 140 mil toneladas. Em junho de 2020 foram 151,921 mil toneladas.

Segundo o Cepea, “essa desaceleração das exportações da proteína à China gera preocupação dentre os agentes do setor, que se indagam se a demanda chinese por carne brasileira não teria atingido um limite”. A redução estaria atrelada, conforme o centro de estudos, à recuperação do rebanho de suínos na China – a carne suína é uma das mais consumidas no país asiático. “Isso pode indicar que o país pode, de fato, frear o ritmo de compras de proteína no mercado internacional”, continua, e acrescenta: “Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira, 15, pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, o rebanho de suínos teria crescido 23,5% em maio em relação a igual mês de 2020”.