Muita gente não sabe, mas 40% da madeira comercializada para mourões no País está fora das especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que conferem a segurança de se tratar de um produto de qualidade. Sem essas informações, os prejuízos para produtores desinformados são praticamente certos. Os dados são da Associação Brasileira dos Preservadores de Madeira (ABPM), que afirma existir o risco de a vida útil de uma cerca cair de 20 para seis anos. “Sem tratamento adequado, é dinheiro jogado fora”, alerta Humberto Tufolo, diretor da ABPM. Segundo ele, cada ponto-de-venda deve ter as informações sobre a origem da madeira vendida. “Não há motivo para ser diferente, porque se trata de cultivo de árvores e não de exploração de vegetação nativa”, diz.

Apesar de não serem legalmente obrigatórios, esses cuidados garantem a qualidade da madeira preservada que, ao contrário da nativa, é cultivada e recebe tratamento para atender as exigências. “A madeira preservada diminui o impacto ambiental, além de possuir uma qualidade superior à madeira nativa, já que recebe um tratamento especial”, ressalta.

Para Sérgio Matias, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão vinculado ao governo do Estado de São Paulo e que realiza testes para verificar a qualidade das madeiras, o grande problema é a desinformação sobre esse tema. “A maior parte dos produtores desconhece a existência dessas normas e acaba não verificando a procedência da madeira.” Matias explica que o produtor precisa ter atenção no momento da compra. “O produtor deve exigir da empresa documentos que comprovem que os mourões estão dentro das especificações técnicas. Com isso ele garante a qualidade do produto e evita problemas no futuro.” Tudo para não comprar gato por lebre.