FEEDBACK: “Com a consultoria econômica, o agricultor passou a dar retorno das informações meteorológicas”, diz Patrícia

Um novo serviço pretende revolucionar o ercado de consultoria. A ferramenta é o Climasecurity, fruto da união da consultoria Agro Security com a Climatempo, empresa de previsão meteorológica. Com ele, cooperativas, instituições financeiras e produtores rurais terão acesso a uma série de serviços que, até agora, só podiam ser contratos em separado.

É possível trabalhar a gestão de custos, assim como a análise do clima com o detalhamento da influência do nível pluviométrico sobre a cultura em questão. “O Climasecurity pega todas essas informações e as apresenta de forma conclusiva. Acreditamos que é uma revolução, pois sai da média nacional e vai para algo pontual, bem mais exato”, explica Fernando Pimentel, consultor da Agro Security. Em desenvolvimento desde agosto de 2007, o Climasecurity consumiu R$ 730 mil e foi lançado em agosto.

Sua metodologia é baseada no produtor padrão, cuja base de dados é fiel ao perfil do grupo mais comum de uma determinada região. Este modelo de agricultor foi construído a partir de informações de instituições financeiras, empresas de insumos e cooperativas. Entram neste perfil aspectos como área da propriedade, nível de endividamento, porcentagem de arrendamento, bem como o tipo de financiamento a que o fazendeiro recorre. Ao todo, são 13 modelos padrão, espalhados por 12 regiões.

Cada uma delas conta com uma estação meteorológica digital da Oregon

 

REVOLUÇÃO: “Por analisar pontualmente, Climasecurity faz um melhor retrato da situação do campo”, explica Pimentel

Scientific. Outro diferencial do Climasecurity é que não se trata de um modelo estatístico, mas de uma consultoria assistida que acompanha os acontecimentos e oferece os dados via internet. Através do Climasecurity, é possível saber o comportamento desse produtor-padrão. Quando compra, qual a forma de pagamento, se faz troca. Na parte de comercialização, o serviço traz um diagnóstico do modo de ele agir: quando vende, se a venda é antecipada com pré-pagamento, se troca produto por adubo. Outra vantagem é que desconta os gastos pessoais desse agricultor e projeta o fluxo de caixa de duas formas: livre do endividamento e com ele.

Com o sistema, o produtor pode saber o risco de eventuais eventos críticos como geada, seca e chuvas, bem como o efeito de fenômenos com El Niño e La Niña. Além disso, acompanha por meio de gráficos qual a necessidade hídrica de sua cultura e quanto ela já recebeu de chuva. “Antes oferecíamos os dados de clima para o produtor, mas não tínhamos um retorno. Agora há toda uma parte de aconselhamento. Se vai haver um estresse hídrico, dizemos ao produtor para adiar um pouco o plantio”, diz Patrícia Madeira, meteorologista da Climatempo.

Para Marcelo Pimenta, cafeicultor que está sendo monitorado pelo Climasecurity, “o serviço tem revelado a situação real da cafeicultura, em que os custos estão maiores que o retorno”. Segundo Pimentel, este é um dos objetivos: ter dados concretos para que, numa eventual crise, o produtor não passe meses tentando convencer o governo de que a situação é complicada. No momento, os clientes do Climasecurity são cooperativas, mas o objetivo é conquistar empresas e também instituições financeiras. Para os pequenos produtores interessados, o preço do serviço, em torno de R$ 1 mil mensais, pode não ser viável. Mas o sistema pode ser obtido via cooperativa ou grupo de produtores.