Chuvas incessantes estão prejudicando as safras de produtores rurais no norte de Mato Grosso. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), ao menos 51 municípios têm sentido a intensidade das precipitações.

O receio que a água que não caiu em janeiro viesse, acumulada, no período da safra. E isso aconteceu. Mais que perdas financeiras, a água que jorra há 45 dias também vem afetando outros setores, colocando em risco o acesso à educação e à saúde.

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A cidade de Sorriso, importante polo de produção agrícola, declarou “estado de emergência” na última semana, após fortes chuvas durante a época de colheita de grãos de verão que geraram perdas de safra e danos à infraestrutura local.

Segundo o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, o acúmulo de mais de 800 milímetros nos últimos 45 dias trouxe danos à infraestrutura das estradas vicinais, assim como perdas severas à agricultura de modo geral, dificuldades para o transporte escolar e, o que é ainda mais grave, o transporte de pacientes dos municípios vizinhos para o Hospital Regional de Sorriso.

A formalização da “Situação de Emergência”, que se se deu na última quinta-feira (11), estima os prejuízos em cerca de R$ 1,5 bilhão para o setor privado e em R$ 850 mil para o setor público. O decreto torna menos burocrático o processo para recuperação da infraestrutura logística e também garante aos produtores a oportunidade de renegociar contratos e dívidas.

Para o representante do Sindicato Rural de Sorriso e delegado da Aprosoja, Tiago Stefanello, o documento representa um alento e uma importante ferramenta de negociação para os produtores. “É o momento de negociar, de dialogar e buscar uma forma de reduzir este impacto”.

Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a região Norte, onde está Sorriso, colheu 85,8% da área com soja. Na mesma época do ano passado a região havia retirado 98,3%.
Além do solo encharcado, a janela do ciclo produtivo da planta também torna arriscado o plantio da segunda safra. O boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) emitido no dia 5 já apontava um atraso de 30% em todo o Estado.