São Paulo, 18/12 – As exportações brasileiras de suco de laranja no período de julho a novembro cresceram 54% em volume e 39% em receita na comparação com igual intervalo de 2018, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), com base em números da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia. Os embarques do produto somaram 535.714 toneladas nos cinco meses da safra, contra 347.159 toneladas. A receita totalizou US$ 921 milhões, contra US$ 662,7 milhões. O levantamento considera a soma dos volumes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) e do suco fresco, ou não concentrado e congelado (NFC). O volume de NFC, seis vezes maior, é transformado no equivalente em FCOJ e somado ao do concentrado no total divulgado.

“Com um volume grande de laranja para processar é natural que nesta época do ano haja movimentação de estoques do Brasil para os destinos finais, para ter o produto disponível para a venda e para liberar espaço nas unidades brasileiras”, disse em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, lembrando que a safra 2019/2020 está estimada em cerca de 385 milhões de caixas, uma das maiores dos últimos 10 anos. Conforme Ibiapaba Netto, ainda não é possível saber quanto do incremento de exportação está relacionado à movimentação de estoques ou a uma possível elevação de demanda. “Teremos que esperar os próximos meses para ver como as exportações se comportam para ter uma ideia melhor do que está acontecendo”, disse.

A CitrusBR informa que a União Europeia, principal destino do suco de laranja do Brasil, recebeu nos cinco primeiros cinco meses da safra 365.987 toneladas, 59% acima das 230.783 toneladas exportadas na safra anterior. O faturamento somou US$ 637,7 milhões, 45% a mais que em 2018/2019. Os Estados Unidos, segundo destino do produto, importaram 92.369 toneladas, 36% a mais que entre julho e novembro do ano passado. “Em faturamento, os embarques para os Estados Unidos somaram US$ 149,5 milhões, 16% acima dos US$ 128,6 milhões no mesmo período da safra passada”, disse a entidade na nota.

Para o Japão, a exportação entre julho e novembro atingiu 34.797 toneladas, 86% a mais que nos cinco meses da safra 2018/2019, com receita 78% maior, de US$ 63,1 milhões. A China comprou 97% mais no período, ou 22.382 toneladas. “Historicamente a China tem um desempenho melhor em anos de produtos com preços mais baixos. Como o FCOJ se desvalorizou muito no último ano por conta dos fundamentos de mercado, especialmente o aumento da oferta de fruta, faz sentido que a China aumente as compras”, explica o executivo da CitrusBR. A receita com as vendas para o gigante asiático cresceu nos cinco meses 43%, para US$ 32,6 milhões.

FCOJ e NFC

Em suco concentrado congelado (FCOJ) o Brasil exportou entre julho e novembro 423.461 toneladas, 67% mais que em igual período da safra passada, quando foram embarcadas 252.890 toneladas. O faturamento foi de US$ 703,5 milhões, 46% maior.
Para a União Europeia, 290.269 toneladas de FCOJ foram exportadas nos cinco primeiros meses da safra atual, 66,7% acima das 174.039 toneladas referentes ao período semelhante da safra passada. Em faturamento, as exportações somaram US$ 488,4 milhões, o que representa uma alta de 47% em relação aos US$ 332,3 milhões do período anterior.

As exportações de NFC cresceram 16% nos cinco primeiros meses da safra 2019/2020, com embarque de 617.392 toneladas. A receita avançou 20%, para US$ 217,5 milhões. Conforme a CitrusBR, nos cinco meses da safra os países da União Europeia adquiriram 416.450 toneladas de NFC, 30% acima das 320.096 toneladas embarcadas no mesmo período de 2018. A receita foi de US$ 149,3 milhões (+39%). Para os Estados Unidos, os embarques recuaram 5%, para 200.848 toneladas, e o faturamento caiu 7%, para US$ 68,1 milhões.