Depois de conquistar a pecuária, a técnica de reprodução agora chega ao mundo dos cavalos de alto desempenho

LUÍS MAURO, DA BIO: clones podem ter finalidade terapêutica nos campeões

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O Brasil se prepara para clonar equinos. Um mercado lucrativo. Desde que a égua Prometea nasceu – primeiro clone da espécie –, em 28 de maio de 2003 na Itália, laboratórios nos Estados Unidos e na Europa correram para trabalhar comercialmente com a clonagem de cavalos. Por aqui, o que se conhece bem é a clonagem de bovinos. No ramo dos equinos, a pesquisa para a produção de indivíduos geneticamente idênticos existe, mas ainda não há nenhum animal nascido vivo.

A expectativa da empresa Bio – Biotecnologia Animal, em parceria com o Laboratório de Embriologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é de que em 2008 se conheça o primeiro clone eqüino brasileiro. Neste mês, os pesquisadores iniciam a transferência dos embriões para a receptora, como segunda de três etapas da clonagem para fins comerciais.

A primeira, e mais complicada, terminou em outubro. Nela, os veterinários conseguiram estabelecer uma rotina laboratorial de produção in vitro de embriões clones. Agora, inicia-se a fase de gestação e desenvolvimento. O método é o mesmo utilizado em outras espécies: a transferência nuclear. A diferença é que o laboratório Bio está usando células-tronco como fonte celular. “Essas células facilitam o processo de reprogramação nuclear”, explica Luís Mauro Valadão Queiroz, diretor da Bio.

US$ 200 MIL BALOUBET DU ROUET seria o investimento para se clonar um campeão

A certeza de que não haverá problemas com a clonagem eqüina levou o coordenador do Programa de Terapia Celular do Bio e veterinário do Comitê Olímpico Brasileiro, Thomaz Montello, à Europa. Lá, ele negocia com criadores de cavalos campeões, avaliados em até US$ 5 milhões, a clonagem de seus animais. Os cavalos expoentes, que fizeram parte da equipe do Brasil, entre eles o Baloubet du Rouet, montado pelo tricampeão mundial e campeão olímpico Rodrigo Pessoa, também estão entre os planos de clonagem do laboratório. “Acredito que, assim que nascerem os primeiros clones, teremos muitos clientes”, prevê Thomaz.