O Tesouro Nacional encerrou o mês de julho com R$ 1,159 trilhão no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 0,61% menor em termos nominais que o R$ 1,167 trilhão que estava na reserva em junho. No entanto, o montante ainda é 133,88% maior que o observado em julho de 2020 (R$ 495,96 bilhões).

A divulgação do valor exato do “colchão da dívida” foi adotada no início deste ano e é uma iniciativa do Tesouro para elevar a transparência sobre esse dado, que serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa.

No início da pandemia da covid-19, o elevado colchão de liquidez foi essencial para que o Tesouro pudesse se abster de emitir grandes volumes de títulos num momento de forte volatilidade do mercado, o que poderia resultar em custo elevado de financiamento.

No ano passado, o Tesouro encerrou com um colchão da dívida até acima do observado em 2019, após aproveitar uma janela favorável para emissões no fim do ano.

O objetivo agora é manter, ao longo de 2021, o colchão de liquidez acima de seu nível prudencial.

No início do mês, o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Otavio Ladeira, disse ao Estadão/Broadcast que a previsão é entrar em 2022, quando as eleições presidenciais podem adicionar volatilidade no mercado, com uma reserva de caixa de mais de R$ 1 trilhão.

“Ainda que o colchão diminua marginalmente, acreditamos que chegaremos ao final do ano com caixa superior a R$ 1 trilhão de tal forma que tenhamos pela frente um horizonte bastante tranquilo”, explicou Ladeira na ocasião.