O pangolim foi o provável hospedeiro intermediário do coronavírus entre o morcego e o homem. Mas, mesmo assim, o comércio ilegal do mamífero segue acontecendo e o animal está ameaçado de extinção.

Em Port Kelang, na Malásia, as autoridades alfandegárias apreenderam mais de seis toneladas de pangolim. A carne estava escondida sob carregamento de castanha de caju e seria vendida por um valor superior a 16 milhões de euros.

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O que torna o contrabando ainda mais forte é falta de prisões, afirma o fundador da rede Eagle, que combate o tráfico de animais, Ofir Drori, ao jornal La Croix. A entidade já conseguiu ajudar a prender 171 traficantes em dez países africanos no ano passado. Somente nos Camarões, cerca de quinze pessoas foram presas, com a apreensão de 1,8 toneladas de pangolim.

A China pode anunciar a proibição do consumo de animais selvagens, incluindo o pangolim, mas, para Drori, isso não afeta o comércio ilegal. Das quatro espécies asiáticas de pangolins, três são classificadas como criticamente ameaçadas. Das quatro espécies africanas, duas também já estão em risco.