Sem cevada, não há cerveja. Essa matériaprima passa por um processo de germinação para gerar o malte, que depois é usado para fabricar a loira gelada. Por isso, o cereal é muito desejado pela gigante Ambev, que faturou cerca de R$ 34 bilhões em 2013, vencedora do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL, na categoria Agronegócio Indireto. Não à toa, a empresa está se mexendo para garantir cada vez mais o fornecimento da sua principal matéria-prima, lançando, simultaneamente, três programas: Smartbarley, Programa de Excelência de Produtores e Radar.

O primeiro será uma rede global para compartilhar tecnologias. “O Smartbarley é uma ferramenta de benchmarking mundial”, afirma Dércio Oppelt, agrônomo da Ambev. O programa vai coletar informações em mais de dez países onde a Ambev atua, como a Rússia, Bélgica, Estados Unidos e Argentina. “Vamos entender como a cevada se desenvolve em cada um desses países”, diz Oppelt. No Brasil, espera-se que 2,2 mil produtores possam aderir ao programa neste ano. Serão coletados dados sobre a produção, a qualidade da cevada e o retorno para o agricultor. Tudo isso será analisado pela cervejaria e consolidado no sistema do projeto. “O Smartbarley será um banco de dados importante para o produtor.”

O Programa de Excelência de Produtores nada mais é que uma premiação para valorizar os agricultores que tiverem o melhor desempenho no ano, com base em três critérios principais: qualidade do produto, produtividade e sustentabilidade. “O objetivo é reconhecer, fidelizar e estimular os melhores produtores”, diz o agrônomo. A iniciativa vai receber inscrições a partir de dezembro e terá sua primeira edição em fevereiro de 2015. “Vamos premiar as estrelas da produtividade”, diz Oppelt. Depois disso, a Ambev pretende expandir o projeto para outros países, começando por Argentina e Uruguai.

Já o Radar é um programa criado há oitos anos pela cooperativa paranaense Agrária, importante parceira da Ambev. Trata-se de estações meteorológicas que captam informações climáticas úteis para o cultivo da cevada e as repassam por e-mail aos agricultores participantes do projeto. Agora, o Radar passará a ser gerido pela Ambev, que pretende expandir a iniciativa para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Segundo Oppelt, os três programas visam aumentar a produção e o número de produtores do cereal. “A estratégia é difundir e dar visibilidade à cultura”, diz ele.