Até 2022, a produção brasileira de carne bovina deve crescer 32%, chegando a 11,8 milhões de toneladas por ano, segundo estudos do Ministério da Agricultura. Para o consumo interno, que pode absorver a maior fatia desse mercado em ascensão, a previsão é crescer 20% e chegar a um volume de 9,4 milhões de toneladas. Em função da demanda para os próximos nove anos, o País necessita de produtores que sejam cada vez mais eficientes na arte de criar bois para o abate. Nessa toada, abastecido com muita informação, está Abel Leopoldino, da Agropecuária Leopoldino, em Água Boa (MT), líder no ranking AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL na categoria Gado de Produção (Geral).

Em 2012, a Agropecuária Leopoldino comercializou mais de 15 mil animais em leilões, todos organizados pela leiloeira Estância Bahia, de Água Boa. O prêmio no ranking da revista DINHEIRO RURAL foi conquistado pela combinação da dobradinha diversidade e quantidade ofertada, no caso, animais da raça nelore e seus cruzamentos com angus e brahman. Além de leilões próprios, o pecuarista participa de outros quatro eventos, como convidado, todos os anos.

No papel de criador de gado geral, ele diz ser contraproducente adotar um modelo rígido de negócio. Para Leopoldino, quem se dedica ao gado comercial destinado ao abate deve ter o mercado como fiel da balança. “E decidir analisando para onde aponta o preço do boi gordo”, afirma. Além do gado geral, em suas fazendas há a seleção de gado puro da raça brahman e o confinamento. É nessa flexibilidade que o empresário diz estar a receita de seu sucesso. “Se em determinado ano não justificar o custo do confinamento, parte de minha produção de bezerros pode ir para o mercado de leilões”, diz.

O comércio de animais jovens também é uma estratégia de marketing para o criador mato-grossense. “Gosto de vender bezerros de minha criação como forma de mostrar o tipo de gado que acredito ser bom para a engorda”, diz. Neste ano, por exemplo, além de engordar animais no pasto, a fazenda terminou em confinamento quase 15 mil animais, entre produção própria e de terceiros. O plano é crescer. O número de fêmeas para produção de bezerros, que atualmente é de 20 mil, deve subir para 25 mil nos próximos anos. “Para manter o pé no mercado é preciso escala”, diz Leopoldino. “E se preparar.” Atualmente, para integrar a chamada Lista Traces, na qual estão as propriedades aptas à exportação, no País, a fazenda cumpre o mais rígido dos protocolos internacionais exigidos pelos importadores europeus. “Agora quero buscar certificações sociais e ambientais”, diz Leopoldino. “O mercado está pedindo por elas.”