A produção brasileira de grãos na safra 2020/2021 está projetada em 260,79 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 1,5% em comparação com o período anterior 2019/20 (257,02 milhões de t). Os números fazem parte do 10º levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira. O resultado, no entanto, é 0,5% (1,335 milhão de t) menor em comparação com a estimativa anterior, de junho.

A Conab explicou em comunicado que o plantio tardio de milho segunda safra trouxe impacto para o desenvolvimento das lavouras. Com a semeadura sendo realizada fora da janela ideal, o grão ficou mais vulnerável às condições climáticas registradas no período.

“O clima adverso em algumas regiões produtoras influenciou de maneira negativa na produtividade estimada do cereal, e a colheita da segunda safra do grão deve atingir 66,97 milhões de toneladas, queda de 10,8% se comparada com o período anterior. Na previsão de junho, a colheita com o cereal estava projetada em 69,96 milhões de t.

Mesmo com os problemas enfrentados, a estimativa de produção total do cereal é de 93,38 milhões de toneladas, queda de 3,1% ante 2019/20 (102,59 milhões de t), uma vez que na 1ª safra a colheita ficou em torno de 24,9 milhões de toneladas e para a 3ª é esperada uma produção de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas.

Com a atualização, a produtividade do milho 2ª safra pode atingir 4.502 quilos colhidos por hectare na atual safra – queda de 17,5% em relação à 2019/2020. Já a área plantada do cereal no período registra aumento de aproximadamente 8,1%, chegando a 14,88 milhões de hectares.

A soja, por sua vez, tem um acréscimo na produção estimado em 11,1 milhões de toneladas para esta safra. Com a colheita encerrada, a oleaginosa atinge um novo recorde de 135,9 milhões de toneladas colhidas aumento de 8,9% ante 2019/20 (124,84 milhões de t), mantendo o Brasil como maior produtor da cultura no mundo.

No caso do arroz a produção estimada está em 11,8 milhões de toneladas, aumento de 5,2% frente ao volume produzido na safra anterior. Deste total, cerca de 92% do produto provêm de cultivos irrigados, enquanto que os 8% restantes têm origem em plantios de sequeiro. Já o feijão, a colheita total deve se manter próxima a 3 milhões de toneladas

Exportação

De acordo com o levantamento da Conab, as exportações de algodão no segundo semestre de 2021 devem atingir níveis mais baixos do que no ano passado. Esta redução se deve à combinação de uma menor produção na atual safra e de um maior consumo das indústrias nacionais. Neste cenário, a tendência é de recuperação de 16% nos estoques finais da fibra em relação ao volume divulgado no balanço do mês passado.

Quanto ao milho, a Conab mantém inalterada suas projeções de importação em 2,3 milhões de toneladas e de exportação em 29,5 milhões de toneladas. No caso da soja, em 2021, é esperado que o país bata recorde de volume exportado, finalizando o ano com cerca de 86,69 milhões de toneladas (4,5% a mais que no ano anterior). Nos seis primeiros meses deste ano, os embarques da oleaginosa somaram 57,56 milhões de toneladas.

Para o trigo é esperado um estoque de passagem para a safra 2021/22 em níveis confortáveis, com volume próximo a 1,8 milhão de toneladas. Por fim, para o arroz as exportações em junho foram 19% menores que as ocorridas no mesmo período do ano passado. A queda é ainda maior quando se considera o acumulado do primeiro semestre, chegando a uma redução de 50% no volume exportado.