O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,7 ponto em fevereiro, no sétimo mês consecutivo de contração, informou nesta quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atingiu 96,7 pontos – menor nível desde a marca de 89,8 pontos de julho de 2020.

“O mês de fevereiro manteve a tendência de queda disseminada na indústria, sendo a maior sequência de quedas desde 2014, quando foram registrados oito meses seguidos de contração”, diz a economista do Ibre/FGV Claudia Perdigão, em nota.

O recuo em fevereiro foi espraiado entre os indicadores de confiança. O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 1,3 ponto, para 98,5 pontos, o menor nível desde agosto de 2020 (97,8 pontos). O Índice de Expectativas (IE) recuou 2,2 pontos, para 94,9 pontos, o mais baixo desde julho de 2020 (90,5 pontos). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) caiu 0,8 ponto porcentual, a 79,9%.

Nas aberturas do ISA, o indicador de situação atual de negócios cedeu 2,5 pontos, para 86,9, no menor nível desde junho de 2020 (79,0 pontos). O indicador de demanda total caiu 0,9 ponto, para 98,6 pontos, acumulando queda de 15 pontos em oito meses. O indicador de estoques recuou 0,5 ponto, para 110,1.

Entre os componentes do IE, o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses cedeu 4,7 pontos, para 90,7, no menor nível desde agosto de 2020 (88,8 pontos). O índice de emprego previsto caiu 0,5 ponto, para 101,6, e o indicador de produção prevista para os próximos três meses contraiu 1,5 ponto, para 92,6 pontos, no menor nível desde abril de 2021 (86,6 pontos).

“A indústria enfrenta desaceleração da demanda acompanhada ainda de persistência dos gargalos produtivos que pressionam os custos”, afirma Perdigão. “A redução do IPI programada pelo governo poderá ser um fator a impulsionar a indústria, atuando sobre a inflação industrial e estimulando a demanda.”