As operadoras de telecomunicações Copel e Sercomtel publicaram uma nota à imprensa informando que não vão mais exercer pressão contra a venda da Oi Móvel para TIM, Vivo e Claro após a aprovação do negócio nesta quarta-feira, 9, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Respeitamos a decisão do Cade. Não iremos tomar nenhuma medida judicial”, afirma a nota. “Este é um momento de respeito e aceitação”, complementa a nota do grupo, que pertence ao fundo Bordeaux, controlado pelo empresário Nelson Tanure.

As empresas apontam que as medidas estabelecidas pelo órgão antitruste para amenizar a concentração de mercado são mais fortes do que as que vinham sendo discutidas até então. “Esperamos que as medidas restritivas sejam cumpridas”, ponderam.

O grupo defendia, junto ao Cade, que a aprovação do fatiamento do Oi Móvel só ocorresse mediante a obrigação de as compradores se desfazerem de parte de ativos, como espectros de radiofrequências – os quais eram de interesse das próprias Copel e Sercomtel.

A venda das radiofrequências ficou de fora dos remédios estabelecidos pelo Cade, mas ficou garantido que as teles deverão reservar uma parte maior das redes para acesso das operadoras regionais.

“Estamos cientes de que a Copel Telecom e a Sercomtel tiveram papel importante neste processo para que as medidas do Cade tenham sido mais eficazes do que a decisão da Anatel, principalmente pelo fato de que muitas dessas medidas vão ter que ser tomadas antes da operação e não depois, como estava previsto”, descrevem. Segundo o grupo, o sentimento é de “dever cumprindo”.

Não é a primeira vez que Nelson Tanure perde uma queda de braço envolvendo a Oi. O empresário já foi acionista da Oi por meio do veículo de investimento Société Mondiale. Ele se opôs ferozmente à aprovação do plano de recuperação judicial da tele, mas sua articulação não prevaleceu. O plano acabou aprovado em 2017, e Tanure se desfez das ações mais tarde.