São Paulo, 3 – As exportações da BRF ainda não foram afetadas pela epidemia de coronavírus, de acordo com o CEO da companhia, Lorival Luz. Em teleconferência com investidores e analistas, ele disse: “Temos relação de longo prazo com transportadores, com empresas de logística, e com um time localizado há muito tempo nesses países, o que nos assegura cumprimento dos contratos e priorização no manejo de mercadorias”.

Ele destacou que num prazo mais longo, os efeitos da doença ainda são incertos, mas que a companhia está monitorando a situação.

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Luz afirmou, ainda, que a perspectiva para 2020, mesmo com o coronavírus, é de déficit da produção de proteína, especialmente na China. Durante a apresentação, ele mostrou que o consumo de carne no gigante asiático caiu 10,022 milhões de toneladas em 2019 ante 2018, indicando que as importações do país ainda não compensam a queda na produção causada pela peste suína africana. Outro fator benéfico para a companhia seria a proibição de comércio de animais silvestres na China.

Além disso, o executivo disse que há queda de cerca de 50% no número de cabeças de suínos, matrizes e leitões na China desde setembro de 2018. “Informações recentes de aumento em retenção de fêmeas, matrizes para produção, tratam de matrizes de baixo rendimento. Não são as adequadas, trazem produção menor em quantidade de leitões e rendimento menor”, disse. “Esse problema (de menor produção na China) não se resolve em 2020”, completou.

Ele citou ainda a gripe aviária, que vem causando eliminação de animais, principalmente na Ásia, no Oriente Médio e na Europa. “É outro fator que estamos monitorando e que pode trazer uma maior demanda dos produtos aqui do Brasil.”