O corte de árvores para obras do BRT (Bus Rapid Transit), sistema de ônibus rápido, causa protestos de moradores da zona oeste de Sorocaba, cidade do interior paulista. Ao menos 30 árvores de médio e grande portes já foram derrubadas ao longo da Avenida Armando Pannunzio, uma das principais do município. Outras já estão marcadas para a supressão.

A intervenção desagradou os moradores que esperavam, ao menos, serem consultados sobre a retirada das espécies arbóreas. “São árvores importantes para a qualidade de vida da região, pois produzem sombra e rebatem o vento”, disse o comerciante Elpídio Pereira.

O estudante de engenharia florestal, Augusto Luís Nunes, disse que já existem técnicas para a retirada e o replantio das árvores, sem a necessidade do corte drástico. “Elas podem ser retiradas com a raiz e replantadas em local próximo”, afirmou.

A prefeitura informou que a supressão de até 261 árvores foi autorizada em 2019 pelos órgãos ambientais, mediante o replantio de 2.397 mudas em áreas públicas, como compensação ambiental. Os moradores, no entanto, disseram que essa compensação não preenche a lacuna que será deixada pelo corte das árvores na avenida. Conforme a administração, desde o início da construção do BRT, em 2019, 178 árvores foram cortadas ao longo das avenidas Itavuvu, Ipanema e General Carneiro.

A BRT Sorocaba disse que somente haverá intervenção nos casos de real necessidade para a implantação do sistema e que a intenção é sempre manter intacto o maior número possível de árvores. Ao final da obra, será feita a compensação ambiental dos exemplares retirados pela empresa. Conforme a Política Municipal do Meio Ambiente, a compensação ambiental é um instrumento que visa reparar ou diminuir o dano ambiental.