A Corteva Agriscience planeja desenvolver soluções para facilitar o acesso do pequeno produtor ao barter. A modalidade é feita sem a intermediação monetária, onde o pagamento pelo insumo ocorre por meio da entrega na pós-colheita. A empresa elencou os custos do processo produtivo e o acesso ao crédito como dois dos principais problemas do agronegócio no Brasil.

Hoje (12), durante o evento Conexão Criativa, no hub de inovação do Itaú Unibanco, o Cubo Itaú, em São Paulo, a companhia afirmou que está focada em resolver essas dificuldades. A empresa, agora, também será uma das mantenedoras do Cubo.

“Os pequenos produtores não têm muito acesso ao barter, ele está mais concentrado no médio e grande empresário. Entretanto, se o pequeno puder vincular pelo menos o custo da sua produção ao produto final, isso terá um poder de impacto enorme”, ressalta o diretor de marketing da empresa, Douglas Ribeiro.

+ Venda de máquina agrícola cai em fevereiro ante fevereiro de 2019, diz Anfavea
+ Tereza Cristina diz que MP do Agro ‘vira a página do crédito rural’
+ Senado aprova MP do Agro e texto vai à sanção presidencial

Para o executivo, um dos benefícios da modalidade é que ela oferece uma proteção ao produtor, independente de dificuldades que possam aparecer no processo.

“O modelo é muito sadio para o setor, por oferecer essa possibilidade para o produtor. Isso cria uma capacidade de recebível muito boa para o País. A tendência é que a modalidade, se disseminada, traga muitos benefícios”, explica Ribeiro.

A empresa enxerga um espaço para melhoria do barter por conta da burocracia e legislação que o processo envolve.

Segundo estudo realizado pela Corteva, a modalidade representa apenas 20% da forma de pagamento utilizada em revendas e cooperativas.

Ribeiro adianta que a Corteva quer encontrar parceiros para escalar e facilitar esse acesso ao produtor. “Quem sabe um dia isso estará disponível no celular dele.”

A dificuldade de acesso ao crédito também está no radar da empresa. No entanto, o executivo afirma que facilitar esse processo não é simples, por sempre demandar um agente financeiro.

“É preciso encontrar uma forma mais prática, aplicável e segura, para esse movimento. Além disso, pensamos em um modelo em que o custo do crédito seja mais específico, proporcional ao nível de tecnologia que ele usa, saindo dessa régua que é igual para todos os produtores”, avisa.

O executivo finaliza dizendo que o objetivo da empresa é utilizar todas as opções de crédito disponíveis para o produtor, do setor público ao privado.