As criptomoedas estão se tornando o ativo com mais destaque entre investidores arrojados. O motivo principal é que prometem um alto retorno financeiro. E para o segmento do agronegócio é mais do que isso: as soluções das moedas digitais podem ser uma excelente alternativa para facilitar o acesso ao crédito no setor.
No Brasil, a legislação acerca das criptomoedas está em discussão na Câmara dos Deputados, onde o PL 2.303/15 acaba de ser aprovado na Comissão Especial, para que elas sejam regulamentadas pelo Banco Central e, com isso, tornar mais claro esse universo para a população em geral.

As moedas digitais focadas e desenvolvidas para o agronegócio já nasceram com o propósito diferente das demais: são vinculadas à produção agrícola e ao PIB do segmento, responsável por mais de ¼ do PIB brasileiro de forma direta e praticamente 50% de forma indireta. Por isso, o retorno pode ser superior ao de vários outros setores da economia.

DivulgaçãoJean Carbonera (Crédito:Divulgação)

Criptomoedas são mais seguras, pois possuem códigos únicos como as cédulas, sendo impossíveis de serem duplicadas. Além disso, permitem também o rastreio de todas as transações. Por não serem emitidas pelo governo, elas assumem um caráter de liberdade de mercado, negociação e valorização e são à prova de inflação. E como os produtores rurais podem utilizá-las? Para comprar e vender insumos, produtos e máquinas que desenvolvam seus negócios, sem juros e burocracias.

Uma forma muito utilizada pelos pequenos produtores rurais para sobreviverem num ambiente cada vez mais competitivo é o cooperativismo. Tratam-se de organizações no agronegócio que nascem da união regional de profissionais do segmento para serem facilitadoras na obtenção de materiais necessários para os negócios, sobretudo no setor de alimentos.

A chegada de tokens privados e da tecnologia blockchain no agronegócio é a garantia da modernização de todo um sistema já existente, como as próprias cooperativas. Assim, mais do que um canal tecnológico de compra, venda e financiamento para um ecossistema integrado, utilizando moedas digitais junto ao dinheiro (dólar, real, euro, entre outros), as soluções também podem melhorar toda a gestão financeira e comercial do grupo. Isso significa aperfeiçoar o planejamento da produção e o gerenciamento das finanças, por exemplo.

A maioria dessas associações estão voltadas para o desenvolvimento regional e ainda há muitos produtores rurais que podem não encontrar cooperativas adequadas ao seu modelo de negócio. Com uma interface tecnológica, que é o que propõe esse sistema de moedas digitais, também será possível conectar players de diversos cantos do país e do mundo para venderem e comprarem mercadorias e garantir a máxima produtividade.

Além de favorecer os empreendedores do campo, o lucro das operações também fomenta o desenvolvimento de tecnologias que geram melhorias no segmento. Existe o senso comum de que o meio ambiente é impactado negativamente pela ação do agronegócio. Assim, a chance de reverter essa percepção é incentivar o investimento em materiais, ferramentas e recursos renováveis e menos prejudiciais à natureza.

Não podemos esquecer que falar de produtividade agrícola é falar de um pilar muito importante: a segurança alimentar. A demanda por alimentos no Brasil e no mundo tem aumentado, e por isso precisamos de tecnologias que aumentem a capacidade de suprir essa necessidade populacional, de forma sustentável e segura.