Com o ajuste de alta dos juros futuros curtos na manhã desta quinta-feira, a curva de juro já aponta chance de o Banco Central acelerar mais o ritmo de aperto monetário, mostrando o mercado dividido entre uma alta da Selic de 150 pontos-base (52%) e 175 p.b (48%) em fevereiro após o tom bem mais conservador do Comitê de Política Monetária (Copom). Os cálculos são do estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno.

Na quarta-feira, o mercado via chance de o comitê desacelerar o ritmo para aumento da taxa de 125 p.b (36%) ante a possibilidade também majoritária de uma terceira dose de 150 pontos (74%). Para o fim de 2022 a curva aponta Selic em 11,72%, de 11,49% ontem.

“O BC usou um discurso bastante duro de combate à inflação, comunicando que vai continuar subindo a Selic até que as expectativas de inflação voltem a ficar ancoradas e inflação retome a trajetória de metas. O BC não está convencido de que a atividade vai se enfraquecer o suficiente para trazer a inflação para a trajetória da meta e ao mesmo tempo quer reforçar o compromisso com regime de metas de inflação, e isso puxa as taxas curtas para cima”, diz Rostagno, que segue esperando uma alta de 150 p.b da Selic em fevereiro.