O custo de produção de hortaliças tem crescido, principalmente por causa da alta dos preços dos fertilizantes, cujos preços estão atrelados ao dólar e ao petróleo, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em nota divulgada nesta segunda-feira. “A demanda nacional e internacional por este insumo, bastante aquecida, também explica a alta do custo de produção de hortaliças”, diz o Cepea, acrescentando que sobretudo os adubos fosfatados subiram muito de preço.

+ Etanol/Cepea: anidro sobe 0,20% e hidratado avança 0,07% nas usinas paulistas

Especialmente o tomate teve aumento expressivo de custos. Segundo levantamento do Cepea, a propriedade típica de tomate de pequena escala de produção de Caçador (SC) registrou o maior aumento nos custos com fertilizantes em dois anos (de expressivos 62,5%), seguida pela da praça paulista de Mogi Guaçu (com aumento de 29,8%) e da catarinense de Lebon Régis (27,3%). “Para os próximos meses, o recente enfraquecimento do dólar frente ao real e a possível menor demanda por fertilizantes – já que boa parte das compras foi antecipada – podem impedir, ou ao menos frear, novos reajustes ainda em 2021.”

O custo fixo das propriedades também aumentou, em razão da valorização do dólar ante o real. Segundo o Cepea, boa parte das máquinas e implementos agrícolas é importada, e a alta de preços de itens de reposição tem sido bastante forte.

“Mesmo para os componentes nacionais, o aumento dos custos para a fabricação foi repassado ao produto final”, diz o centro de estudos. “Além disso, a maior demanda por máquinas e implementos agrícolas, especialmente por parte de produtores de grãos, reforçou o movimento de alta nos preços desses insumos.”