O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reconheceu, nesta quinta-feira (19) o recrudescimento dos índices epidemiológicos da covid-19 no Estado e pediu responsabilidade aos paulistas. Segundo o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, os dados apontam um aumento do número de casos e internações no Estado.

De acordo com informações disponibilizadas pelo sistema da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Estado reverteu tendência de queda do número de casos e internações. Nesta quarta-feira, 18, o Estado registrava variação semanal de alta de 21,9% no número de casos e de 16,51% no número de internações se comparados os últimos sete dias com os sete dias anteriores.

Nesta quinta-feira, 19, o Estado registra 1.191.290 casos confirmados e 41.074 óbitos pela covid-19. O índice de ocupação dos leitos de UTI é de 43,5% no Estado e de 49,7% na região metropolitana da capital.

Segundo Gorinchteyn, a falha em sistema do Ministério da Saúde que computa o número de casos dificulta a leitura dos dados pois não permite distinguir plenamente se houve recrudescimento da pandemia ou se o aumento é fruto de represamento.

Durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador também sinalizou pedir agilidade para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação da vacina Coronavac, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e criticou atritos que teve com o presidente Jair Bolsonaro. “Não podemos perder tempo com burocracia ou discussões inúteis de ordem política, eleitoral, ideológica”, disse o governador.

Segundo Doria, “não é o momento para festa ou aglutinação”. A declaração foi reforçada pelo secretário de Saúde que disse serem “as pessoas que saem e se aglomeram que disseminam o vírus”.

De acordo com o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus no Estado, João Gabbardo, nenhuma região do Estado seria reclassificada ou sofreria rebaixamento de acordo com as informações de hoje. Doria anunciou que a próxima reclassificação do Plano São Paulo, de quarentena heterogênea, será feita no dia 30 de novembro e, a partir de então, a cada 14 dias. Atualmente, os ajustes eram feitos a cada mês.

Decreto

O secretário Jean Carlo Gorinchteyn também anunciou que o governo assina nesta quinta decreto que proíbe em todos os hospitais dos Estado – públicos, filantrópicos e privados – a desmobilização de leitos para o atendimento a pacientes acometidos pela covid-19. O decreto também suspende o agendamento de cirurgias eletivas bem como a reserva destes leitos. A medida acontece em resposta ao recrudescimento da covid-19 no Estado apontado pelo aumento de novos casos e internações.