Ribeirão Preto, 24 – A Datagro Consultoria dobrou a estimativa de superávit global de açúcar na safra 2017/2018 – no período de outubro do ano passado a setembro deste ano – de 5,4 milhões para 10,8 milhões de toneladas. Já a previsão de excedente global para a próxima safra saiu de 4,13 milhões para 7,6 milhões de toneladas entre os comunicados feitos em março e esta terça-feira, 24, pelo presidente da consultoria, Plinio Nastari.

“A produção (de açúcar de cana) da Índia e da Tailândia está explodindo e a União Europeia (UE) mantém o plantio de beterraba açucareira. O Brasil faz esforço de compensar essa alta, mas essa redução na produção daqui não evitará esse superávit”, disse Nastari. Para o Centro-Sul do Brasil, cuja safra 2018/2019 começou em 1º de abril, a Datagro prevê uma oferta 30,8 milhões de toneladas de açúcar, ante 31,6 milhões de toneladas previstas em março, ante um fechamento de 36,06 milhões de toneladas em 2017/2018.

A moagem de cana prevista pela Consultoria é de 573 milhões de toneladas, em comparação com 577 milhões de toneladas na previsão anterior e 596,3 milhões de toneladas na safra anterior. “Reduzimos um pouco mais a moagem por conta da falta de chuva em abril, o que é muito preocupante”, explicou Nastari.

A produção de etanol deve ser de 26,91 bilhões de litros no Centro-Sul em 2018/2019, segundo a Datagro, leve alta sobre o total de 26,09 bilhões de litros de 2017/2018. Segundo Nastari, a moagem de cana na região Nordeste, cuja safra começa apenas no segundo semestre, pode ficar entre 46 milhões e 47 milhões de toneladas, ante um total de 44 milhões de toneladas em 2017/2018.

Em uma conversa na manhã de hoje transmitida pelo Facebook, o analista considerou a queda do preço do etanol nas usinas do Centro-Sul no início da safra como “muito violenta” e avaliou que os atuais níveis de preço do biocombustível deveriam ser observados apenas na primeira semana de julho, segundos suas projeções.

“A expectativa é que essa queda seja transmitida para as bombas, aumentando o consumo e gerando uma recuperação. Os níveis de preços atuais (em torno de R$ 1,50 o litro) estão próximos aos do custo de produção e se cair abaixo disso não é sustentável”, afirmou o presidente da Datagro.