O presidente Jair Bolsonaro transferiu o general Eduardo Pazuello para a reserva remunerada do Exército, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira. O ato também é assinado pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

A ida antecipada de Pazuello, que foi ministro da Saúde, para a reserva começou a contar em 28 de fevereiro e foi formalizada “a pedido” do general, confirmando apuração do Estadão feita no mês passado. Segundo a reportagem, o ex-ministro decidiu se aposentar logo do Exército para poder disputar uma das 46 cadeiras do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados. Pazuello ainda conversa com alguns partidos, sendo o PL, o mesmo do presidente, seu destino mais provável.

General de Divisão, Pazuello atingiu em 2018 o posto máximo de sua carreira no Exército, o Serviço de Intendência. Ele só poderia permanecer na ativa até 31 de março, quando seria transferido à reserva compulsoriamente, depois de quatro anos no cargo. O general de três estrelas, no entanto, protocolou no Exército um requerimento de aposentadoria de sua iniciativa.

Na prática, com a aposentadoria “a pedido”, Pazuello antecipa a passagem à reserva remunerada, por um período curto. Agora, o ex-ministro pode se filiar e participar de atividades partidárias, o que é vedado aos militares da ativa. Para se candidatar, um militar deve comunicar a intenção ao Comando do Exército e se licenciar no prazo de seis meses antes das eleições.

Pazuello entrou no Ministério da Saúde como secretário executivo em abril de 2020 e em junho assumiu o comando da pasta. Em março do ano passado, foi demitido do cargo, sendo substituído pelo atual ministro, Marcelo Queiroga.

O ex-ministro é investigado pela Polícia Federal por sua atuação no colapso hospitalar de Manaus durante a pandemia de covid-19, quando pessoas morreram por falta de oxigênio, e também é um dos 80 nomes sugeridos pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no rol de indiciamentos.