Nova York, 13/10 – As fabricantes de herbicidas Bayer e Basf tentam, junto à Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), um novo parecer positivo para o dicamba, após decisão de um tribunal do país ter bloqueado o uso do produto para lavouras de soja e algodão. A EPA tinha aprovado o registro do defensivo, mas a Justiça decidiu suspendê-lo devido a reclamações de produtores aos departamentos estaduais de agricultura nos EUA. A queixa é de deriva, ou seja, após a aplicação, o defensivo acabaria chegando a outros cultivos, prejudicando essas lavouras. O Tribunal de Recursos para o Nono Circuito dos EUA decidiu em junho que a EPA, ao aprovar os herbicidas das empresas em 2018, não reconheceu os riscos dos produtos.

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A aprovação da EPA ao dicamba já estava programada para expirar no fim do ano. Parecer posterior da agência autorizou uso limitado de estoques de químicos existentes e já adquiridos. Além disso, a decisão do tribunal teve efeito limitado sobre os agricultores este ano porque em meados de junho muitos já haviam terminado de aplicar defensivos nas suas culturas.

Tanto a Bayer quanto a Basf, que têm produtos à base do dicamba, propuseram que agricultores misturem o herbicida com novos agentes químicos que, segundo as empresas, ajudariam a reduzir a volatilidade do dicamba. “Esperamos que isso permita à EPA usar a ciência e tomar uma decisão”, disse o gerente de produto dicamba da Bayer, Alex Zenteno.

Executivos das duas companhias afirmam que o herbicida pode ser controlado se os agricultores seguirem as instruções de pulverização, e se prontificaram a fornecer treinamento aos produtores. A Bayer, que vende o herbicida e sementes geneticamente modificadas com resistência a ele, anunciou em junho acordos que somarão até US$ 400 milhões para encerrar ações judiciais nos EUA envolvendo o dicamba.

O administrador da EPA, Andrew Wheeler, disse que pesquisadores da agência ainda estão revisando os dados das pulverizações das culturas com o dicamba. “Pretendemos tomar uma decisão até meados de outubro”, disse ele ao Minnesota Farm Bureau no último dia 1º de outubro. Um porta-voz da EPA afirmou que a agência levará em conta a decisão da Justiça norte-americana para decidir sobre novas aprovações do dicamba, necessárias para os agricultores poderem pulverizar as lavouras com o herbicida no próximo ano. Fonte: Dow Jones Newswires.