O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta segunda-feira, 31, que a piora no resultado primário do setor público consolidado em julho em relação ao mesmo mês do ano passado se deve às medidas extraordinárias de enfrentamento à covid-19. “O déficit primário de julho continua bastante impactado por medidas tomadas na pandemia”, avaliou.

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 81,071 bilhões em julho, informou o Banco Central.

Em julho de 2019, o déficit primário havia sido de R$ 2,763 bilhões. “Essa piora se concentra nos resultados do Governo Central. A receita líquida caiu 23% e despesas aumentaram 45% em julho, ante julho de 2019”, detalhou Rocha.

Apesar o forte aumento do déficit em relação ao ano passado, o resultado de julho foi menor que o observado em junho deste ano, quando o rombo do setor público consolidado chegou a R$ 188,682 bilhões. “Nessa comparação, já houve uma melhora na arrecadação, além de uma redução de despesas, como precatórios e antecipação de 13º dos aposentados”, completou Rocha.

Já no caso dos governos regionais, Rocha destacou que o superávit primário de R$ 6,281 bilhões em julho representa uma melhora em relação ao saldo positivo de R$ 1,919 bilhão no mesmo mês de 2019, graças aos auxilio financeiro emergencial da União para Estados e municípios no mês passado.