Dirigente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard defendeu a manutenção das medidas acomodatícias da política monetária adotada pela instituição, em apresentação a estudantes de Economia da Universidade de Harvard nesta quarta-feira. Segundo ela, a retirada muito cedo dessas medidas por conta de uma expectativa de alta inflacionária resultaria em “menos oportunidades a americanos”.

Lael Brainard justificou sua posição ao afirmar que mudanças nas relações econômicas dos Estados Unidos nos últimos 15 anos pressionaram a inflação a um nível abaixo da meta de 2% do Fed, e, por isso, retirar a acomodação imediatamente após os níveis de desemprego atingirem uma taxa próxima da anterior à crise já não é mais necessário.

A dirigente ainda afirmou que, apesar das expectativas, a inflação segue muito abaixo da meta do Fed. Há a possibilidade, porém, de a taxa anualizada da inflação do índice PCE atingir um nível de 2% ou mais entre março e abril deste ano, refletindo os patamares muito baixos do mesmo período de 2020.

“Será preciso que o Fed veja melhora sustentada da inflação real. Hoje, a economia permanece longe de nossas metas para emprego e inflação, e levará algum tempo para alcançar novos progressos substanciais”, reforçou Brainard.

Ela ainda afirmou que o suporte fiscal que pode vir por meio do projeto do governo do presidente Joe Biden, orçado em US$ 1,9 trilhão, proverá assistência a lares e comunidades vulneráveis, bem como aos pequenos negócios mais afetados pela pandemia.

A dirigente também confirmou que a política monetária do Fed continuará a dar suporte aos cidadãos e às pequenas empresas americanas ao manter os custos para empréstimos baixos.