A cooperativa C.Vale, de Palotina (PR), faturou R$ 6,8 bilhões, em 2016, valor 24% maior que no ano anterior. O dado apresentado no mês passado é resultado da ampliação da atuação no Rio Grande do Sul, onde foram captadas 6,75 milhões de sacas de soja. A cooperativa de grãos, leite, suínos e aves entrou no Estado no segundo semestre de 2015. Para este ano, de olho na continuidade da expansão dos negócios, a C.Vale está investindo R$ 110 milhões em um frigorífico para processar 75 mil tilápias por dia. As obras devem terminar em outubro.

Cargill
Foco na sustentabilidade

A americana Cargill Alimentos, uma das maiores empresas do setor de processamento de grãos, oleaginosas e bioenergia, anunciou no mês passado que faturou R$ 33 bilhões no Brasil, em 2016. 3,1% a mais que no ano anterior. A Cargill também mostrou como tem atuado em programas de boas práticas. No ano passado, 21 mil produtores participaram do Programa de Agricultura Familiar, do Soja Mais Sustentável, do Cacau Mais Sustentável, do Política para Florestas, entre outros. Foram investidos R$ 775 milhões em logística e infraestrutura, como por exemplo nos terminais portuários de Santarém e de Miritituba, no Pará.

Crédito
Família assistida

Na Safra 2016/2017, o valor das operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) foi de R$ 22,7 bilhões, atendendo 1,7 milhão de agricultores. Os dados são da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Comparado à safra anterior, houve um crescimento de 3,4% na oferta de crédito. “O Pronaf é fundamental para o agricultor familiar”, diz o secretário José Ricardo Roseno. “Sem crédito para investir, muitos deles não chegam a plantar e os reflexos são sentidos em toda a economia brasileira.”

 

 

Comércio exterior

“O mercado não se faz dando beijinho e abraços. O mercado se conquista na cotovelada e na botina ” Blairo Maggi, ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) (Crédito:SERGIO DUTTI)

Dinheiro
Seguro ao produtor

Marcelo Justo/Folhapress

O grupo segurador Banco do Brasil e Mafre anunciou que indenizará dois mil produtores de milho e de soja por perdas na safra 2016/2017. O valor é de R$ 190 milhões, 12,4% acima da safra anterior. O contrato de seguro na modalidade faturamento cobre prejuízos das variações de preços, combinados ou não com perdas de produção. De acordo com os dados da seguradora, os maiores prejuízos foram nas lavouras de soja, com R$ 156 milhões em indenizações. No caso do milho serão R$ 16 milhões em ressarcimentos.

Finanças
Saldando as dívidas

Divulgação

A JBS, da família Batista, realizou acordos de preservação de linha de crédito com instituições financeiras em julho. Elas devem bancar 93% das dívidas das sociedades controladas com operação no Brasil e da divisão mundial de couros. Os acordos presumem a estabilização de R$ 21,7 bilhões do endividamento da JBS no Brasil, no período de um ano. Do total, R$ 1,2 bilhão foi renegociado com o grupo Itaú Unibanco. A dívida total da JBS é de R$ 58,5 bilhões.


Mercado
Dow cumpre acordo com o Cade

Com o avanço do acordo de fusão entre as americanas The Dow Chemical Company e a Dupont, seus controladores foram obrigados a se desfazerem de parte do negócio. No mês passado, o Citic Agri Fund, braço de investimentos agrícolas do conglomerado chinês Citic, comprou por US$ 1,1 bilhão a parte do negócio de sementes de milho da Dow, empresa que faturou globalmente US$ 6,2 bilhões em 2016. A ordem da venda partiu do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Recursos humanos
Ideias lucrativas

A alemã Basf, que faturou cerca de E 58 bilhões, em 2016, economizou neste período E 60 milhões com a implementação de ideias de seus funcionários em todo o mundo. Foram apresentadas 21 mil propostas de melhorias de processos. Só na América do Sul as sugestões chegaram a três mil. Com prêmios, a empresa desembolsou E 4,4 milhões. Nos últimos dez anos, o retorno financeiro com as sugestões apresentadas chegaram a R$ 40 milhões na América do Sul.

Análise do mês
Etanol de milho, um novo nicho de mercado

Guilherme Nastari, economista da Datagro

O Brasil deve fechar o ciclo 2016/17 com uma “supersafra” de 237 milhões de toneladas de grãos, segundo o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção de milho também deverá ser recorde, chegando a 96 milhões de toneladas. No entanto, a capacidade atual de armazenamento do País gira em torno de 168 milhões de toneladas, o que representa cerca de 60% do total produzido. Ou seja, há um evidente déficit de armazéns para estocagem dos grãos. Diante deste cenário, no Mato Grosso, toneladas de milho já estão sendo “armazenadas” a céu aberto. A fabricação de etanol de milho pode ser uma solução para agregar valor ao grão, principalmente nos momentos em que a produção do cereal está significativamente elevada e os preços estão baixos.

De acordo com a Datagro, o comércio de etanol hidratado no mercado interno seguiu bem atrás das vendas observadas no ano passado, com 541,2 mil metros cúbicos (m3) na primeira quinzena de junho de 2017, contra 679,6 mil m3, em igual quinzena de 2016. Naquele período, o etanol foi mais competitivo que a gasolina em quatro Estados (GO, MT, MG e SP). Neste ano, o etanol é mais vantajoso em apenas dois Estados (MT e SP). Os estoques de etanol anidro no Centro-Sul totalizaram 954 mil m3, no final da primeira quinzena de junho, queda de 12,0% em um ano. Ao passo que os estoques de hidratado chegaram a 1,3 milhão de m3, volume 7,5% menor do que o observado há um ano.