Por dentro do anuário

A té o mês de outubro, o agronegócio brasileiro havia exportado o equivalente a US$ 73,1 bilhões em produtos agrícolas. Soja, carne bovina, suína e de aves, café, açúcar, frutas, sucos, pescados e tantos outros alimentos fizeram parte da mesa de consumidores de 215 países. Além disso, nas exportações de 2016 também estão incluídos produtos florestais, fibras, couro, etanol, etc. Mercados como China, Estados Unidos e Europa foram os principais destinos. Mas a criação e a colheita em milhões de hectares de lavouras no interior brasileiro chegou também a países inusitados, distantes e desconhecidos, como Djibuti, Comores, Kiribati e Vanuatu. Para Comores, uma ilha do continente africano, foi vendido US$ 1,6 milhão em carnes e café. Ao Kiribati, país da Oceania, o Brasil vendeu açúcar pela primeira vez. Em volume, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), as exportações do agronegócio se mantiveram em patamares recordes na maior parte do tempo, acima de 10% comparado a 2015. No ano passado, as exportações renderam ao País US$ 88,2 bilhões. É um feito espetacular, em tempos de economia desaquecida, e sinaliza que a demanda por alimento não está abalada. O setor vem mantendo parte da economia em alta, como tem feito na última década e ainda mais recentemente neste período de turbulência política pelo qual o País atravessa.

A previsão para o Produto Interno Bruto do Agronegócio (PIB Agro), calculado pelo Cepea, é de R$ 1,42 trilhão neste ano, um crescimento acima de 3% ante 2015. No ano passado, a cifra ficou em R$ 1,38 trilhão, também acima de 2014, em 0,72%. Enquanto isso, no final no mês passado, o Banco Central estimava que o PIB do País pode encolher cerca de 3,5% em 2016. Mesmo assim, o bom desempenho do agronegócio não dispensa o setor de se posicionar diante das gigantescas tarefas de que depende o Brasil para dar certo, como investir em infraestrutura logística, completar a estabilização econômica, readequar a carga tributária, reformar as instituições públicas, garantir educação de qualidade e ajudar a reduzir a pobreza e a desigualdade no País. A Editora Três, através do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2016, oferece uma referência para os líderes do agronegócio, empreendedores, executivos, banqueiros, representantes de entidades setoriais e ONGs, formuladores de políticas públicas e todos os profissionais ligados direta ou indiretamente ao mundo agro, ao mostrar práticas de gestão de empresas que servem de exemplo de que o Brasil pode, sim, dar certo.

Para selecionar as companhias e as cooperativas que mais se destacaram em suas áreas de atividade, a DINHEIRO RURAL criou uma metodologia em conjunto com os renomados consultores Miguel Ângelo Arab e José Luiz Tejon Megido, tendo como parceiros o Instituto Universal de Marketing e Agribusiness (I-Uma) e o Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS). Para concorrer aos prêmios, as empresas e cooperativas se inscreveram voluntariamente, por meio do preenchimento de um formulário online, disponível no site da revista (confira detalhes da metodologia na pág. 88). A Boa Vista SCPC e a Economática forneceram os dados financeiros de mais de 500 empresas do setor.

Nos prêmios principais de gestão, as análises se basearam em seis aspectos: financeiro, recursos humanos, qualidade, governança corporativa, responsabilidade socioambiental e atuação na cadeia produtiva do agronegócio. As companhias com o melhor desempenho foram separadas em quatro grandes grupos: Agronegócio Direto, Agronegócio Indireto, Cooperativas e Gestão de Cadeia Produtiva. Em Agronegócio Direto, para que fossem comparadas empresas de mesmo porte, as companhias foram divididas conforme o tamanho: Conglomerados (com receitas a partir de R$ 5 bilhões), Grandes Empresas (de R$ 500 milhões a R$ 5 bilhões) e Médias Empresas (de R$ 100 milhões a R$ 500 milhões). Em Agronegócio Indireto as empresas também estão divididas, mas apenas em Conglomerados e Grandes Empresas. As campeãs foram, respectivamente, BRF, Anaconda, Phibro Saúde Animal, Ambev e Ihara. Entre as Cooperativas, a vencedora do ano foi a Coamo. A Cargill foi a vencedora em Gestão de Cadeia Produtiva. A grande campeã de 2016 é a BRF, eleita a Empresa do Ano no Agronegócio. Confira as reportagens sobre cada uma delas nas próximas páginas.

Além disso, a DINHEIRO RURAL identificou as campeãs em 11 setores com dados disponíveis. Neles, a análise foi baseada somente nos balanços financeiros. A novidade foi a divisão do setor de Açúcar e Biocombustíveis em Conglomerados, Grandes e Médias Empresas, nas mesmas faixas de receitas que as demais premiações. A partir da página 84, estão as vencedoras em Açúcar e Biocombustíveis (Raízen, São Martinho e Vale do Verdão), Agroquímicos e Fertilizantes (Ihara), Bebidas (Ambev), Café (Três Corações), Grãos (Camil), Laticínios (Gonçalves Salles), Máquinas e Implementos (Grupo Jacto), Moinhos e Massas (Anaconda), Nutrição Animal (Phibro), Óleos Vegetais (Bunge) e Papel e Celulose (Fibria). Também foram selecionados as empresas e os produtores rurais que fizeram a diferença na pecuária brasileira. Conheça Os Destaques da Pecuária a partir da página 70. Boa leitura!

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