A busca por alternativas para reduzir os custos de produção levou a Copersucar S/A a expandir seu Terminal Açucareiro (TAC), em Santos, no litoral paulista. Ao todo, a companhia já investiu mais de R$ 500 milhões dos R$ 2 bilhões de aportes planejados até 2015. A expansão dobrará a atual capacidade de embarque de açúcar do terminal para dez milhões de toneladas por ano. “O plano era investir em logística para nos tornarmos líderes nas vendas de açúcar e etanol até 2015”, diz Luís Roberto Pogetti, presidente do conselho de administração da Copersucar. “Como atingimos nosso objetivo antes do previsto, queremos manter ou até ampliar nossa participação.”

A nova capacidade de embarque corresponde a 17% do mercado mundial de açúcar, que comercializa cerca de 58 milhões de toneladas por ano, e a 42% dos 24 milhões de toneladas exportadas pela região Centro-Sul do País na safra 2012/2013. “Acredito que em 2015 chegaremos à capacidade máxima do terminal”, diz Pogetti. Neste ano, a companhia prevê embarcar 7,5 milhões de toneladas alta de 41% ante os 5,3 milhões de toneladas do ano anterior. “Essa ampliação resultará em um maior sincronismo das operações de transporte, recepção e embarque, aumento da utilização do transporte ferroviário e da capacidade de recepção no terminal, e também da maior velocidade de carregamento de navios”, diz Pogetti.

Além da ampliação da capacidade de movimentação no terminal, a empresa também investiu na construção de uma super moega ferroviária, que são trilhos vazados onde as composições param e descarregam rapidamente o açúcar, que vai para um duto que o leva até os armazéns. Segundo Paulo Roberto de Souza, CEO da Copersucar, com esse sistema é possível descarregar até seis vagões de açúcar de uma só vez, reduzindo o tempo de estada dos trens no porto, de 30 para 16 horas. “Antes da moega, o trem chegava ao terminal e cada vagão era desconectado e levado por um trator até a área de descarga”, diz Souza. “Hoje conseguimos dobrar a quantidade de açúcar descarregado por dia, para 36 mil toneladas.” A expectativa da empresa é de que a construção da moega amplie o uso do transporte ferroviário, dos atuais 30% para 70% das exportações.

Renato Barco, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), contou que o porto possui a capacidade de armazenar 850 mil toneladas de açúcar, correspondendo à Copersucar 38% dessa capacidade – 330 mil toneladas. Além disso, a capacidade de movimentação de açúcar pelo porto é de 230 mil toneladas por dia, dos quais a empresa embarca 60 mil toneladas, ou seja, um navio inteiro. “Obras assim fazem com que o Porto de Santos se mantenha como um dos mais importantes do mundo”, diz Barco. Para conseguir chegar a uma movimentação diária de 60 mil toneladas de açúcar, a Copersucar também instalou um terceiro carregador de navios (shiploader), com capacidade de carregar até 3 mil toneladas por hora. Segundo Souza, os dois shiploaders mais antigos têm capacidade de carregar 2,4 mil toneladas por hora cada um.

Segundo Pogetti, os investimentos em infraestrutura logística, incluindo a ampliação do terminal, geraram uma redução de até 30% nos custos, estimados hoje em R$ 300 milhões por ano. “Investimos para continuar crescendo, e acredito que nossas exportações possam crescer a uma taxa de 20% ao ano”, diz o presidente do conselho da Copersucar. Pogetti não descarta novos investimentos no terminal, mas aguarda um novo aprofundamento do calado do porto para 15 metros, que possibilitaria a atracagem de navios com capacidade de transportar 80 mil toneladas. “Só em Santos nós já investimos mais de R$ 400 milhões”, afirma. “E isso não vai mudar, continuaremos a investir em nossa eficiência logística.”

No início das operações no porto, em meados de 1998, quando o terminal da Copersucar foi inaugurado, os embarques somavam apenas 1,2 milhão de toneladas de açúcar por ano. Na primeira expansão, em 2003, a capacidade aumentou para dois milhões de toneladas. Em 2005, uma nova ampliação foi realizada, elevando as exportações para cinco milhões de toneladas. Neste ano, a Copersucar pretende moer 135 milhões de toneladas de cana, que darão origem à produção de 9,5 milhões de toneladas, das quais 80% serão destinadas ao mercado externo. No ano passado, a companhia exportou seis milhões de toneladas de açúcar e comercializou 1,5 milhão de toneladas no País.